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Restaurante Austa: sabores autênticos em Almancil, Algarve

Austa: uma brisa refrescante, vinda do sul

19/05/2025 –

Atualizada: 16/05/2025

Texto: Viviana Martins

Fotografia: Afonso Sousa

É na simplicidade que encontramos a verdadeira riqueza do Austa. Aqui vive-se devagar, numa espécie de bolha vibrante, que acolhe e celebra as coisas boas da vida.

Se à chegada as linhas modernas e minimalistas nos dão a sensação de que viajámos para outro lugar, assim que entramos no Austa (1 sol Guia Repsol), cada pormenor é um lembrete de que estamos no Algarve. Tanto no espaço como no conceito, o Austa inova e diferencia-se no panorama gastronómico da região: é café, restaurante, cozinha criativa e comunidade ligada à terra e à sustentabilidade.

O Austa abriu em 2023 em Almancil, no Algarve
O Austa abriu em 2023 em Almancil, no Algarve

Para ser tudo isto, de forma consistente e com qualidade, Emma e David Campus, os seus fundadores e anfitriões, tiveram de fazer bem o trabalho de casa: “Estivemos mais de três anos a desenhar o projeto. Queríamos estar ao máximo envolvidos na região. Estávamos muito conscientes, como estrangeiros, da necessidade de nos prepararmos da melhor forma para lançar um conceito honesto, que respeitasse as pessoas, a cultura e a gastronomia algarvia”.

image2.jpg, ImagenEmma e David Campus são os anfitriões e fundadores do Austa
Emma e David Campus são os anfitriões e fundadores do Austa

O casal inglês escolheu o Algarve para viver há cinco anos, após ver interrompida uma viagem de sonho pelo mundo. Com os pais de Emma enraizados na região há mais de duas décadas, rumar a sul, na altura, foi o mais conveniente. Os primeiros anos como “locais” foram de exploração e descoberta de um outro Algarve. De forma discreta, encontravam-se em modo de pesquisa para o que viria a ser o Austa. Emma recorda as visitas a produtores, quintas e artesãos, que acabavam sempre em histórias longas à volta de uma mesa. Estas experiências autênticas e de uma enorme generosidade de quem recebia, ofereceu-lhes uma visão profunda da região, muito diferente da que tinham até então: “Toda a vida passei cá férias. Sempre foi um sítio familiar, mas numa perspetiva limitada e turística - calor, praia, resorts e golf. Foi um despertar inspirador para um lugar completamente novo”.

Snack de boi capado galego, capuchinhas e gema curada
Snack de boi capado galego, capuchinhas e gema curada

O que inicialmente foi desenhado para ser um café, rapidamente se tornou algo diferente, solidificando-se com a entrada do chef David Barata para o projeto: “Foi determinante conectarmo-nos com alguém na mesma página. A experiência do David, o seu conhecimento e entusiasmo pelos ingredientes, foram o catalisador para fecharmos o conceito”. Em boa hora, o chef David decidiu mudar de vida, após anos intensos em cozinhas como a do Eleven e do Feitoria, em Lisboa: “Foram muitos anos no mesmo ritmo, nem sabia ser possível viver de outra maneira. Percebi que já não era ali que queria estar e na lista de destinos estavam duas regiões: Algarve e Açores”. O Algarve ganhou. E o Austa também.

Sarrajão de Olhão curado e fumado com gel verjus, muxama caseira de sarrajão e óleo de coentros
Sarrajão de Olhão curado e fumado com gel verjus, muxama caseira de sarrajão e óleo de coentros

Da região, David Barata faz uso do mar para pescar, da serra para apanhar cogumelos e da liberdade para encontrar respostas num trabalho de campo diário. Essa familiaridade com a terra, sustenta a cozinha do Austa não só em produtos, como em cultura e educação: “Os ingredientes têm de ser os melhores em sabor e acrescentar algo à história que queremos contar. O critério não se prende ao facto de ser português, está, essencialmente, assente na qualidade e na sua sustentabilidade. Faz-nos mais sentido servir uma carne ou um vinho excelente de Espanha, a duas horas daqui, do que um produto do Minho, por exemplo, que demora umas seis horas a cá chegar”.

A carta está a cargo do chef David Barata
A carta está a cargo do chef David Barata

A criatividade do chef e da sua equipa de jovens cozinheiros, eleva a experiência com um menu sazonal, inspirado na gastronomia portuguesa, regional e nas relações estreitas com produtores do Algarve e da vizinha Espanha. Aberto todo o dia, o menu começa direto, casual, imprimindo um ritmo descontraído através de sandes, tostas e saladas: “Vemos o pequeno-almoço e o almoço como uma espécie de piquenique à mesa, mas onde uma sandes nunca é apenas uma sandes”, tal como Emma explica, a proposta é simples, mas os ingredientes são complexos em sabor e de qualidade superior: pão de massa-mãe da Essência Bakery, em Loulé, queijo de São Jorge, queijo azul da Arrábida, mel biológico, ovos das galinhas do chef, cogumelos selvagens da Serra de Monchique, batata-doce do Rogil, entre outros.

 

À medida que o dia avança, o ambiente torna-se mais intimista, mantendo-se informal e acolhedor. Na sala principal, desenhada em conjunto com o Studio Gameiro, todos os materiais são locais e naturais, com destaque para o banco geométrico de sal, construído com o desperdício das minas de Loulé. O seu design, inspirado nos azulejos de Santa Catarina, é uma homenagem à região. À mesa, poupamos-lhe o levantar do prato para descobrir a sua origem: todo o serviço é da autoria de Madalena Telo, uma ceramista que trabalha com argila natural da Serra de Monchique. 

Leite creme de cogumelos selvagens de Monchique com gelado de pinhão de  Alcácer, granita de rebentos de pinheiro, crumble de alfarroba e toffee de manteiga tostada
Leite creme de cogumelos selvagens de Monchique com gelado de pinhão de Alcácer, granita de rebentos de pinheiro, crumble de alfarroba e toffee de manteiga tostada

O menu acompanha a estética e o segredo, mais uma vez, está no produto, como os boletos de Monchique, apanhados pelo chef, ou o peixe-galo de Sagres, o Sarrajão de Olhão ou a carne de boi galego capado: “Na nossa cozinha nada está errado à partida. Tudo é possível com a matéria-prima tão rica e diversa que temos”.

 

A enriquecer o menu está a carta de bebidas. David Campus cresceu numa família de enófilos: “Conhecia melhor os clássicos, mas não fazia ideia do que era um vinho de pouca intervenção. Quando me mudei para cá, abriu-se um novo mundo, pelo qual me apaixonei profundamente. Gosto de servir aquilo em que acredito.” Além do vinho e da cerveja, a oferta de bebidas sem álcool é generosa e tentadora. Há chás da Companhia Portugueza do Chá, fermentados, sodas caseiras, sumos do dia, limonada de lavanda e cocktails: “É cada vez mais frequente as pessoas chegarem cá e pedirem um copo de água para acompanhar a refeição. Eu fico a pensar no quão aborrecido isso é. Temos tido a preocupação de estender a oferta e torná-la mais diversa”.

Cozinha com criatividade e sem maquilhagem, assente em produtos de excelência de Portugal e Espanha
Cozinha com criatividade e sem maquilhagem, assente em produtos de excelência de Portugal e Espanha

De terça a sábado, nestas mesas e fora delas - em visitas e eventos especiais junto de produtores e amigos, replicam-se os almoços e jantares que, lá atrás, inspiraram Emma e David Campus a criar o Austa. É nesse momento que reside a essência do projeto: uma constante descoberta, uma vontade de partilha, elevando o produto como ele é. 

 

Na hora da despedida, sente-se uma brisa fresca no ar, que faz mexer as flores e folhas do jardim. Austa significa vento do sul em latim, mas representa agora, novidade, descoberta e novos caminhos no Algarve. Voltaremos para descobrir mais. 

Austa. Rua Cristóvão Pires Norte, 8135-117, Almancil. Telefone: 965 896 278. Terça-feira a Sábado das 9h30 às 21h30