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O país à mesa em Santarém

O país à mesa em Santarém

Seis restaurantes a não perder no Festival Nacional de Gastronomia

16/10/2025

Texto: João da Ponte

Fotografia: Feira de Gastronomia de Santarém

Começa a 16 de outubro e prolonga-se até dia 26. E qual o objetivo? Descobrir as diferentes regiões do país através do paladar. Deixamos seis sugestões, se precisar de ajuda para não se perder.

Acontece tudo na Casa do Campino. Paga um bilhete à entrada (2,50€) e depois a despesa fica ao critério do visitante. Terá bancas para compras de artesanato, doçaria e outras maravilhas nacionais. Vai encontrar divulgação turística, atividades várias que o site oficial do evento lhe revela em forma de programa. Mas vai, sobretudo, cruzar-se com as mesas dispostas em volta dos restaurantes que participam no festival.

Além de comida, neste festival vai encontrar outras marcas culturais de diferentes regiões do país
Além de comida, neste festival vai encontrar outras marcas culturais de diferentes regiões do país

A ideia é provar diferentes zonas do país, não para escolher a sua favorita, mas para descobrir que nunca o vai conseguir fazer. Da oferta festivaleira, sugerimos-lhe seis cozinhas de outras tantas geografias. Um mini-atlas de alto sabor.

1. José do Rego, Açores

O batismo original deste estabelecimento inclui um “Casa de Pasto” antes do nome próprio. E é uma informação importante porque é daqueles dados que nos explica de imediato ao que vamos, sem nunca lá termos entrado.

Se é casa de pasto, é para valentes, é comida de trabalho e que dá trabalho, que implica esforço prévio no preservar da tradição que o mantém ativo e na digestão que as iguarias na mesa exigem a quem às ditas se atira. Se tem marisco e tem peixe? Naturalmente.

Mas este José do Rego vem da Ilha de São Miguel, vem dos Açores das cracas e do cavaco, que para os leigos continentais são familiares dos percebes ou das lagostas, mas totalmente diferentes. Acresce, por exemplo, um bife da pedra, que a carne açoriana é como nenhuma outra. Aguente forte.

Durante 11 dias, a gastronomia nacional ocupa a Casa do Campino de Santarém
Durante 11 dias, a gastronomia nacional ocupa a Casa do Campino de Santarém

2. Do Dia p’à Noite, Madeira

Nem sequer precisa fazer plano. Atente bem nesta dica que aqui vamos deixar: na Madeira, seja madeirense. E não faça conversa fiada. Comece pelo bolo do caco e pelo milho frito e quando acabarem, peça mais, que a dupla serve tanto de entrada como de acompanhamento ou até prato principal não duvide.

Depois vá pelas lapas, que elas nunca são a mesma coisa quando não tem sotaque da ilha. Não tema o polvo de escabeche, que este último foi inventado para nos rendermos aos exageros de tempero que a fórmula encerra.

E abrace a existência de uma espetada, como ela deve ser (bem) feita. Depois, para não ser alvo de troça infundada, peça um abacaxi para sobremesa, que vai ver que o açúcar derrete.

3. Fumeiros da Zezinha, Arouca

Não é bem um restaurante, porque na verdade é uma loja, é uma fábrica — ou é as duas coisas ao mesmo tempo. Digamos de outra forma: é uma embaixada. A grande bandeira desta casa familiar é a carne arouquesa, uma espécie de bovino que resulta do cruzamento de várias outras e que é típico daquela região do país, entalado — e bem — entre a Bairrada e o grande Porto, a meio caminho entre a costa e a serra.

Mas o grande tesouro é quando os próprios, os responsáveis por esta maravilha, põem mãos à obra na cozinha e tiram do forno a vitela mais tenra e saborosa que já lhe foi dada a provar, acompanhada das necessárias batatas que fazem regra. Não vai conseguir deixar Santarém sem uma memória para a vida e sem se perguntar: quando é que posso provar desta maravilha outra vez?

Não é só no paladar que encontramos marcas de tradição e de conhecimento, é também na forma como produtos e ingredientes são tratados e apresentados
Não é só no paladar que encontramos marcas de tradição e de conhecimento, é também na forma como produtos e ingredientes são tratados e apresentados

4. O Académico, Bragança

Recuemos antes de avançarmos: entre muitas outras coisas, o que fez D. Sancho I, segundo rei de Portugal, para figurar no arranque deste parágrafo, destinado a aclamar os prazeres da carne (literalmente)? Atribuiu carta de foral a Bragança, permitindo que a localidade conquistasse privilégios e se transformasse em cidade, atribuindo ao dito monarca honrarias toponímicas.

E é na rua D. Sancho I que fica O Académico, um dos melhores palcos para se perder de amores pela carne mirandesa e sua digníssima e elevadíssima representante: a posta, ilustre, magnânima e insuperável. Se lhe parece que quem escreveu este texto já se atirava a um naco da preciosidade transmontana, é porque é totalmente verdade. Tal como é verídica a vontade de quem lê quando der de caras e de paladares com a riqueza de que aqui se escreve.

5. Zé do Pipo, Idanha-a-Nova

Não vai ter de o fazer, porque estamos cá para o esclarecer, mas se por acaso fosse necessário, se tivesse de pesquisar sobre a gastronomia da Beira Baixa, uma das muitas palavras que iria encontrar seria, sem qualquer dúvida, o vocábulo “robusta”. Não admira e não engana.

O cabrito que se torna lenda, que vai prosseguir nas histórias que um dia contará à descendência sobre esta sua relação com Idanha-a-Nova; os maranhos, cheios de carne, de arroz e da hortelã que os torna inconfundíveis, um daqueles passos de mágica culinária que conseguiria adivinhar sobretudo de olhos fechados.

O porco, venerado, aproveitado até ao último corte, até ao derradeiro encantamento de paladar. E, levantada a mesa, as papas, as tijeladas, as filhoses que podiam bem ser servidas o ano inteiro, porque o Natal é quando todos nós quisermos e esta massa não precisa de feriado, só de carinho.

Neste festival, paga um bilhete para entrar e depois a fatura final fica totalmente por conta daquilo que quiser e conseguir comer
Neste festival, paga um bilhete para entrar e depois a fatura final fica totalmente por conta daquilo que quiser e conseguir comer

6. Aleluia, Nazaré

O restaurante Aleluia fecha à segunda-feira. O que faz sentido por duas razões: primeiro, porque dado o nome, é natural que celebre a vida de uma forma abrangente ao domingo e que, portanto, precise da segunda-feira para recuperar a tempo da terça.

Além disso, toda a gente sabe — ou deveria saber — que a segunda-feira não é grande coisa ao nível de ser dia para comer peixe. Ora se a graça deste Aleluia se apresenta a partir da Nazaré, convenhamos que é mais do que natural que seja no mar que encontra a matéria para fazer cumprir o menu que apresenta.

E não podia haver nada mais simples: os tachos com arroz ou com caldeirada, mais as grelhas com o peixe que a faina trouxer a cada manhã. Depois é a magia de quem tem os tempos, as temperaturas e os temperos certos nas falanges como tiques conquistados há décadas. Sorte a nossa, agradeçamos.

44.º Festival Nacional de Gastronomia. Casa do Campino, Santarém. De 16 a 26 de outubro, das 12h00 à 01h do dia seguinte.