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Nos últimos meses, Lisboa ganhou três bares imperdíveis, com cocktails de autor criados em laboratório, uma carta com mais de 100 whiskies e o melhor sistema de som da cidade. O mais difícil? Encontrá-los. Um está disfarçado de retrosaria e os outros dois ficam na cave de um hotel no Marquês de Pombal. Damos-lhe as coordenadas para descobrir estes bares quase secretos.
À primeira vista poderia ser uma retrosaria, com linhas coloridas, novelos de lã e letras enganadoras na montra: Good Assery. Quem toca à campainha é recebido pela “Avó Cruz”, uma mulher mais velha, de lenço na cabeça e uma lista na mão: “Têm reserva?”
Para entrar no Badassery, na Rua do Sol ao Rato, em Campo de Ourique, convém reservar, sobretudo aos fins-de-semana, quando o bar, escondido atrás do material de uma antiga retrosaria em Loulé, enche rapidamente.
Com cocktails de autor, dim sums, um vinho (o Mélange à Trois) e uma cerveja angolana (a Cuca), o bar, a funcionar desde Dezembro de 2024, abriu no espaço do antigo En’Clave, “a primeira discoteca africana do país”, conta Tordj, um dos responsáveis.
Lá dentro, há mais segredos: um alçapão que dá acesso a uma sala privada e mais outra sala insonorizada atrás de uma parede que se move, pronta a acolher festas e concertos. No piso de cima, funciona o laboratório de cocktails, o “epicentro de toda a criatividade e inovação”, diz o bartender, Pablo Straubel, que passou pel’A Tabacaria e pelo Bacchanal, também em Lisboa.
A carta de cocktails, com dez bebidas, vai mudando consoante a estação, mas já tem alguns bestsellers que vão resistindo: o Mamazonia (11 euros), com pisco, maracujá e açaí, o Triple Niple (11 euros), com tequila, manga, pimento e limão, e o Badassery (13 euros), um cocktail fumado, com mezcal e goiaba.
Badassery. Rua do Sol ao Rato, 71, Lisboa. Quarta a sábado, 19.00-02.00.
Música, cocktails e cultura. São estes os três mandamentos do Spiritland, no piso -3 do hotel Locke de Santa Joana, no Marquês de Pombal, o bar pensado por Sophie Uddin e Paul Noble no espaço da antiga biblioteca do Convento de Santa Joana, escondida nos labirínticos corredores do hotel, depois de uma descida de elevador com outros hóspedes.
Sophie e Paul já eram conhecidos no Reino Unido pelos seus espaços noturnos focados na qualidade do som – ou não fosse Paul produtor de rádio e engenheiro de som. O primeiro Spiritland abriu em Londres em 2014, primeiro em formato pop-up, e depois com um café/bar em King’s Cross, que rapidamente ganhou popularidade.
A aventura em Lisboa, que inclui o bar Kissaten, também nesta lista, surgiu a convite dos donos do hotel Locke de Santa Joana, “fãs do Spiritland”, afirma Paul. “Perguntaram-nos se queríamos estar em Munique, em Dublin, em Paris. Dissemos sempre que não, até aparecer Lisboa. Foi uma decisão fácil.”
Todas as noites, de quarta a domingo, o bar recebe DJs, sobretudo da cidade, mas também convidados de outras paragens, por exemplo o DJ For Mankind, de Ibiza. Além da música, “as bebidas são o centro das atenções”, diz Paul.
Tiago Santos, o bartender, que veio do Bairro Alto Hotel, é o responsável por cocktails como o Palo Santo (14 euros), com whisky fumado, licor de aveia e pau santo, um dos bestsellers, o Sour Cherry (14 euros), uma “versão aportuguesada do Negroni”, ou o Pastel de Natal (também a 14 euros), a combinar vodka, xerez de coco tostado e leite de aveia.
Os preços são de bar de hotel, mas a ideia é que o bar seja frequentado por locais. “É mais difícil de encontrar, não estamos na rua, as pessoas têm de vir e encontrar-nos. Temos de fazer isso com a qualidade da experiência, o som, a sala, as bebidas e a programação.”
Spiritland Lisboa. Hotel Locke de Santa Joana, Rua Camilo Castelo Branco, 18, -3, Lisboa. Quarta a domingo, 19.00-01.00.
Uma ideia dos mesmos criadores do Spiritland, o Kissaten é talvez um dos bares mais bonitos de Lisboa. A porta do bar, no piso -1 do Locke de Santa Joana, passa despercebida entre as portas dos quartos do mesmo andar do hotel, à excepção da placa: “Kissaten”.
A inspiração veio dos listening bars japoneses que Paul Noble frequentou nos tempos em que viajou para o Japão, quando trabalhava para a estação de rádio da revista Monocle. “Passei muito tempo lá e eles têm esta fantástica cultura de bares, com espaços pequenos, de 10, 12 lugares, onde só tocam álbuns”, conta. “Estão divididos por género, bares de blues, de jazz, ou de rock, e voltei para Londres totalmente inspirado. Porque é que não abrimos um assim?”
Do primeiro Spiritland, em Londres, à abertura do Kissaten, em Lisboa, em Setembro de 2024, passou uma década, mas este não é apenas mais um bar para acrescentar ao currículo. “Estava a falar com alguém e disse-lhe que não havia nada assim em Lisboa”, continua Paul. “Responderam-me que não havia nada assim na Europa”, orgulha-se. “É mesmo bonito.”
Além do ambiente intimista do bar, a música chama a atenção, com uma colecção de discos invejável e uma qualidade de som que também não se encontra noutros lugares da cidade. Em Janeiro, e para contrariar os “tempos de streaming e hits efémeros”, como descreveram no Instagram, ouviu-se na íntegra “Dummy”, dos Portishead, com uma conversa no final. No mês seguinte, foi a vez de Kate Bush, com três discos em dias diferentes. Desde então, já se ouviu “The Miseducation of Lauryn Hill” da cantora norte-americana, “The Age of The Understatement” dos The Last Shadow Puppets ou “Boy From Michigan”, de John Grant, apenas para nomear alguns.
Como se não bastasse, o bar bate recordes com a maior selecção de whiskies de Lisboa, perto de 120 (o mais caro custa 400 euros), resultado de uma parceria com o jornalista e especialista escocês Dave Groom.
Kissaten. Hotel Locke de Santa Joana, Rua Camilo Castelo Branco, 18, -1, Lisboa. Quarta a sexta, 19.00-01.00. lisbon@spiritland.com
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