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Melides mudou e Christian Louboutin pode ser um dos culpados. Pelo menos é o que diz Vítor Almeida, dono d’O Fadista, o restaurante na renovada Rua Nova que começou nos anos 90 como um pequeno café com petiscos e que agora tem nas suas mesas clientes famosos como a Princesa Eugenie, filha do Príncipe André, de Inglaterra.
A procura “disparou” verdadeiramente há “cerca de cinco anos”, diz o dono do restaurante onde convém reservar mesa em época alta. Sobretudo, depois da chegada a Melides de inquilinos famosos “como o Christian Louboutin ou a Noemie Cinzano”, continua.
Antes de o designer escolher Melides para abrir o seu primeiro projeto hoteleiro, o Vermelho, como as solas dos sapatos que levam a assinatura do francês, a terra quase passava despercebida no mapa. Entretanto, ficou na moda e vários milionários seguiram as pisadas de Louboutin e decidiram investir na região, que enfrenta agora vários desafios com a procura crescente.
O próprio designer francês, com a empresária italiana Noemi Cinzano, é um dos fundadores da Intertidal Melides, uma associação sem fins lucrativos com o objetivo de “defender e gerir de forma sustentável” a zona da Lagoa de Melides e da Serra de Grândola, uma pérola na costa alentejana.
Christian Louboutin descobriu a terra há 12 anos, quando voltava do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, depois de um acidente num retiro na Comporta onde desenhava uma das suas coleções, conta Vera Gonçalves, a general manager do hotel, que conheceu o designer no Brasil. Decidiu restaurar uma cabana de pescador e, desde então, regressa todos os anos em junho para desenhar a sua coleção de Inverno.
No centro de Melides, o Vermelho, aberto ao público a 31 de março de 2023 num terreno que serviu de lixeira e depois de casa para armazenar madeiras, foi construído com a preocupação de se integrar “perfeitamente na aldeia”, com materiais portugueses como cal e telhas já usadas, explica Vera. “Para que as pessoas passem e pensem que o hotel sempre ali esteve, para que não fosse um edifício muito diferente.”
De facto, de fora não se adivinha o que se passa no hotel que chega a custar mais de 700 euros por noite em época alta. Por dentro, também foi pensado como uma “casa de família”, uma alternativa caso o projeto do hotel corresse mal. “Era um investimento gigante e ele não é um homem da hotelaria”, continua a general manager.
Acabou por tornar-se mesmo num hotel, com 13 quartos, todos diferentes, alguns decorados por amigos de Louboutin, outros com mobiliário vintage e peças da sua coleção privada. “Nada disto foi comprado, são peças que ele tinha guardado em armazéns e foi escolhendo, não temos mobiliário standard de hotel”, explica Vera.
Outras peças foram desenhadas de propósito para o espaço, como as poltronas de Pierre Yovanovitch naquela que é conhecida como a “sala indiana”, uma espécie de lounge para quem está hospedado. Ou as cadeiras da francesa Maison Gatti no restaurante do hotel, num padrão escolhido por Louboutin. Sem esquecer o impressionante balcão prateado do bar, uma instalação da sevilhana Villareal, ourivesaria conhecida por criar os altares das procissões da Semana Santa.
O bar e o restaurante, o Xtian, estão abertos a não-hóspedes e são uma boa maneira de matar a curiosidade sobre o mundo de Louboutin no Vermelho, onde vários estilos se misturam. Na esplanada, por exemplo, é possível admirar o jardim florido e a fachada azul do hotel com detalhes inspirados no estilo manuelino, decoração do italiano Giuseppe Ducrot.
Também podemos subir até ao painel de cem cabeças de pássaros em cerâmica vidrada de Elisabeth Lincot numa das chaminés do hotel. “É um dos mais fotografados porque esta foi a foto usada em toda a imprensa internacional para anunciar que Christian Louboutin estava a abrir um hotel”, conta a directora. “Recebemos muitos visitantes que perguntam pelos papagaios.”
No restaurante, aberto ao almoço e ao jantar, o foco está na comida portuguesa. “Quanto mais simples, melhor”, continua Vera. “Aliás, esse foi um dos requisitos, já que o Christian é apaixonado por comida portuguesa e não é adepto de fine dinings nem de gourmets.”
No interior, cartazes de filmes de Bollywood da coleção privada de Louboutin dão vida ao espaço. Na carta, sobressaem pratos da zona, como o gaspacho alentejano (16 euros), a carne de porco à alentejana (27 euros) o arroz de Melides com choco e lingueirão (30 euros) e outros como a espetada de polvo (17 euros), as vieiras com queijo da ilha ou o bacalhau Pil Pil (33 euros).
A loiça foi feita de propósito para o restaurante e algumas peças podem ser encontradas na Vida Dura, uma loja no centro de Melides fundada por Louboutin em 2018 (com Rui Freitas e Carolina Irving), que, além de trabalhos de artistas locais e internacionais, também faz arranjos florais.
O império de Louboutin em Melides não fica por aqui. Este ano, acrescentou duas villas luxuosas e isoladas ao Vermelho, uma desenhada pelo egípcio Tarek Shamma, a La Salvada, e outra de inspiração alentejana, La Maison des Bateaux, a partir de 1700 euros por noite.
No próximo ano está prevista a abertura do Vermelho Lagoa, um hotel com 10 quartos e spa na Lagoa de Melides, num edifício abandonado.
Vermelho Melides: Rua Dr. Evaristo Sousa Gago, 2, Melides. Reservas: Telefone: 915 280 511. Restaurante Xtian aberto todos os dias, 12h-15h30, 19h-22h30. Telefone: 915 280 511
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