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Várias formas de conhecer o Port

Fim de semana prolongado no Porto: o que ver e fazer em 2 e 3 dias

Ponte, feriado, escapadinha: o que fazer durante um par de dias no Porto

23/04/2025

Texto: Filipa Vaz Teixeira

Fotografia: vários

Há várias formas de conhecer o Porto, cada qual uma leitura própria sobre uma cidade de ruelas medievais, banhadas pelo Douro, e que tem olhos inquietos postos no futuro. Reunimos algumas sugestões.

Visitar a rede de museus da cidade, petiscar numa taberna, entrar numa livraria independente e deambular pelo Mercado do Bolhão: são estas as nossas propostas para se perder de amores pelo Porto.

Visitar a rede de Museu da Cidade

Para além do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, que neste início de 2025 apresenta a primeira exposição individual da artista nova-iorquina Avery Singer e uma exposição dedicada ao trabalho da libanesa Mounira Al Sol, e do Museu Nacional Soares dos Reis, que revisita o seu espólio e artistas, o Porto tem desde 2023 uma rede de casas-museus e estruturas culturais agregados no chamado Museu da Cidade.

“A mãe de David e Golias”, de 2019, é uma das obras de Mounira Al Sol que pode ver no Museu de Arte Contemporânea de Serralves
“A mãe de David e Golias”, de 2019, é uma das obras de Mounira Al Sol que pode ver no Museu de Arte Contemporânea de Serralves (imagem ©Museu de Serralves)

O circuito deste projeto promove a fruição da cidade, das suas figuras emblemáticas, do território e dos seus bens a partir de uma série de espaços cujos ciclos programáticos se complementam. O Museu da Cidade é, em síntese, uma maneira de conhecer em detalhe o Porto nas suas múltiplas manifestações artísticas e sociais.

Para o ano de 2025, os destaques são o bicentenário de Camilo Castelo Branco que será celebrado em vários museus e bibliotecas portuenses. A agenda das exposições, dos espaços e da programação está em permanente atualização no site museudoporto.pt.

Petisque nas tascas genuinamente portuenses

As tabernas são um reservatório de histórias e de costumes sem igual. Património imaterial de qualquer cidade que preze os bons petiscos e o encontro de pessoas mais ou menos engravatadas que, ao balcão, partilham de amores e dores comuns. O Porto, cidade que viu a sua restauração crescer muito nos últimos anos (em quantidade e, principalmente, em qualidade) continua a orgulhar-se das suas tabernas. São muitas, mas tentemo-nos focar nas essenciais.

Comecemos pelo Chico dos Presuntos (Xico, para os mais próximos), ali para os lados do Heroísmo, que serve umas sandes de presunto que são um exagero de bom. Fatiado finamente e disposto em camadas dentro de um pão bijou, o presunto quase parece um bife do lombo visto ao longe. Peça também uma sopa, para compor o estômago, e feche o petisco com um Xico, o licor caseiro indispensável à digestão.

Continuando nos presuntos, damos um saltinho até à parte oriental da cidade para visitar a Regional da Areosa. O pão é estaladiço, o presunto de categoria e o queijo da serra, em naco ou em sandes, de uma suavidade que é criminosa. Vale a pena comer um bolinho de bacalhau ou provar umas papas de sarrabulho, mas não seja muito lambão. Guarde um espaço para chegar até à sobremesa e ao céu com o pão de ló estilo Ovar.

Focando agora na zona histórica, bem no centro da cidade, é obrigatória a visita à Cervejaria Gazela, onde nasceram os famosos cachorrinhos que arrancaram de Anthony Bourdain a palavra “deliciosos” (Parts Unknown: Temporada 9, Episódio 9). São finos, feitos com salsicha fresca e linguiça e um molho caseiro picante que torna tudo muito mais interessante. Desde que o famoso chef visitou o Porto, em 2017, que o Gazela explodiu em popularidade, inaugurando uma segunda casa em 2018.

Inaugurada em 1976, a Conga é um ícone das bifanas à moda do Porto
Inaugurada em 1976, a Conga é um ícone das bifanas à moda do Porto (fotografia ©Conga)

No campo das bifanas, talvez não haja maior referência do que a Conga É preciso fazer um pequeno parêntesis antes de continuar: ao contrário das à moda de Torres Novas, populares em Lisboa e noutras regiões do país, a bifana à moda do Porto não é servida em corte de bife, mas sim aos pedaços dentro do pão. O molho também é diferente e, neste campo, cada casa tem o seu tempero. Na Conga, inaugurada em 1976, o molho é ligeiramente picante e a as tiras de bifana finas e ensopadas, como manda a lei. Há quem goste tanto do molho, que o pede por cima das papas de sarrabulho, mas isso é manobra para os mais arrojados.

Por fim, aconselhamos uma descida até ao rio para se entregar de corpo e alma à Adega Rio Douro e às generosas iscas de bacalhau que viram a luz do dia há mais de 40 anos, pelas mãos da Dona Piedade. À terça há fado vadio e ai de quem não fizer silêncio quando as guitarras se puserem a chorar. Tradição, nesta casa, é para ser levada a sério.

Visite uma livraria independente e compre um livro «às cegas»

Quando se fala de livrarias e de Porto, a primeira referência que nos vem à cabeça é a Lello. O vitral do teto, a escadaria de madeira, bem como a fachada neogótica, são, para muitos, atributos que fazem da Lello uma das mais bonitas livrarias do mundo. Para entrar, é preciso comprar bilhete: os preços começam nos €10 (dedutíveis num livro).

Se o seu objetivo for o de explorar tranquilamente os livros e ter um atendimento próximo, então sugerimos outras livrarias onde encontrará, inclusivamente, referências que estão fora do circuito mais comercial. A começar pela Poetria a única livraria do país exclusivamente dedicada à poesia e ao teatro. As mais de duas décadas de existência confirmam a excelência do trabalho e da curadoria da Poetria, que tem uma editora própria dedicada a jovens autores, a Fresca.

Também no campo do teatro, mas não exclusivamente, encontramos a Cassandra, uma das mais recentes livrarias independentes do Porto. O projeto é da autoria da atriz e dramaturga Sara Barros Leitão, que partilha no mesmo espaço da livraria uma estrutura artística também de seu nome Cassandra. A escolha dos livros passa pela bibliografia dos espetáculos produzidos por si, como Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa (2021) ou Guião para um país possível (2023), bem como pela literatura relacionada com o Clube do livro feminista Heróides, que em 2025 chega à sua quinta temporada. Feminismo, imigração, luta antirracista, identidade de género, questões políticas e sociais são temas recorrentes nestas prateleiras.

Os princípios da Cassandra, em certa medida, tocam-se com os da Livraria Aberta, que se define como uma livraria queer focada em temas e grupos à margem da sociedade e que tem no seu catálogo autores clássicos e contemporâneos. Sendo aberta a todos, como o nome sugere, a livraria guarda um espacinho para as crianças, onde a igualde e a diversidade enchem os mais pequenos de novos mundos.

Se o foco for exclusivamente os mais pequenos, então nada como ir à Papa-Livros ou à mais recente It’s a Book. A primeira foi fundada em 2008 pela escritora e antiga educadora de infância Adélia Carvalho. Desde 2010, tem edições próprias sob a chancela Tcharan. A segunda abriu a primeira loja em Lisboa e chegou agora ao Porto, valendo-se pelo seu catálogo nacional e internacional. Em ambas poderá encontrar álbuns ilustrados, livros de atividades, contos e ficção para todas as idades. Preste atenção ao calendário de oficinas, valem bem a pena.

Com casa também em Lisboa, a It’s a Book abriu portas no Porto em Fevereiro
Com casa também em Lisboa, a It’s a Book abriu portas no Porto em Fevereiro (fotografia ©It’s a Book)

Para livros em segunda mão e edições raras, nada como se perder pelos alfarrabistas da cidade, como a Livraria Académica, a Chaminé da Mota ou a TimtimPorTimtim, especializada em banda desenhada. A tradição dos alfarrabistas é tão forte no Porto, que a Feira do Livro lhes reserva um lugar especial. Por seu lado, na Térmita, encontrará um bom equilíbrio entre livros usados e novos, onde as pequenas editoras têm tratamento de honra.

Por fim, não podíamos deixar de falar da Flâneur. É uma livraria generalista fundada em 2015 que, pela qualidade da sua curadoria, colheu muitos amigos leitores. Há até um Cartão de Amizade à Flâneur, renovável todos os anos por €8, que dá acesso a condições exclusivas, como descontos, condições especiais nos livros de edição própria e outras ofertas. Se não souber o que comprar, a Cátia e o Arnaldo, livreiros e fundadores, saber-lhe-ão dar os melhores conselhos.

Visitar o “novo” Mercado do Bolhão

O Bolhão é o coração do Porto. Para conhecer verdadeiramente a cidade, é obrigatória a passagem por este mercado, cuja origem remonta ao século XIX. Reaberto em 2022, depois de ter tido obras de requalificação, o Mercado do Bolhão mantém o espírito antigo e a sua principal vocação, como mercado de frescos. No ar, misturam-se cheiros e pregões, negócios contemporâneos e outros bem antigos, que estão há muitas gerações nas mãos da mesma família.

O conselho que lhe deixamos é muito simples: perca-se. Vá sem plano e deixe que o ritmo do mercado o guie pelas bancas dos mais de 70 comerciantes que lhe dão vida. Encontrará ostras, vieiras e outros produtos frescos do mar para degustar nas bancas de peixe, vinho a copo nas garrafeiras, fruta pronta a consumir, bem como queijos e enchidos.

O Mercado do Bolhão reabriu em 2022 com nova cara mas a qualidade dos frescos de sempre
O Mercado do Bolhão reabriu em 2022 com nova cara mas a qualidade dos frescos de sempre (fotografia ©Mercado do Bolhão)

No piso de cima, poderá sentar-se calmamente num dos sete restaurantes do mercado. Ao Café Restaurante D. Gina e ao Pintainho 36, procurados pela cozinha tradicional portuguesa e pelo peixe fresco, e ao Nelson dos Leitões, espaços que transitaram do antigo mercado, juntaram-se a Casa Vegetariana, o Culto ao Bacalhau, do chef Rui Martins, a steakhouse Herdade 1980, e o Peixe no Mercado, que adapta o receituário tradicional ao casual fine dining.

Por fim, uma dica: o segredo da verdadeira francesinha à moda do Porto mora no Mercado do Bolhão. Vá até à centenária Salsicharia Leandro e pergunte ao senhor Vítor Ferreira e à Dona Brilhantina toda a história por trás desta instituição tripeira!