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Um fim de semana inteiro dedicado à arte urbana, com mostras coletivas, concertos, conversas abertas, oficinas e visitas guiadas de entrada gratuita: é esta a proposta da BALUARTE, que está de regresso ao Porto entre os dias 24 e 26 de outubro.
Pelo segundo ano consecutivo, o parque de estacionamento do Silo Auto, edifício icónico da estética brutalista portuense projetado na década de 60 pelos arquitetos Alberto Pessoa e João Abel Manta, recebe a grande Exposição de Arte Urbana da cidade.
“A BALUARTE surgiu da necessidade de congregar numa data e num momento específico aquilo que melhor se fez na arte urbana da cidade e promover um momento de reflexão e de partilha com os próprios artistas”, explica Tiago Andrade, Diretor de Entretenimento da Ágora, empresa municipal responsável por esta iniciativa.
O destaque da terceira edição vai para as exposições permanentes que ocuparão diferentes sectores do edifício e que foram selecionadas através de uma open call.
Nelas, podemos encontrar obras de Marcelo Clapp, oh_chicko, R. Gritto, João Janeiro, Flávio Rodrigues, ELLEONOR, Tiago Polignac, David Penela, Oaktree, Bruna BSA, Johnathan Faifer, Leonor Violeta, Matilde Cunha e Jefferson Rib.
Já os artistas Hazul, Mais Menos, Coletivo Ruído e Tamara Alves, que têm obras site specific em diferentes artérias da cidade, estarão representados na exposição Projeto 5x1, da responsabilidade da Esmera – Associação de Arte Pública e Comunitária.
Por seu lado, a 9:16, uma galeria digital que funciona no espaço do canal 180, na Rua de Miguel Bombarda, trará para a BALUARTE uma mostra de vários artistas das áreas do vídeo e da arte digital.
“Tudo isto é cosido com uma série de atividades ligadas a áreas tão diversas como o skate”, refere Tiago Andrade, salientando o facto de este tipo de arte já não ser percecionada como “marginal” pelos portuenses: “A comunidade está cada vez mais orgulhosa disto”.
Haverá workshops com a curadoria da Esfera e guiados pelos artistas Arisca, Third e Chloé. Na música, nota para os concertos de Azar Azar, Minus & MrDolly e Gaztween, numa programação proposta pela Jazzego Records.
Ao longo dos três dias, João Kendall, da Porto Walls Forever, conduzirá visitas às exposições e aos murais da cidade. No sétimo andar do Silo Auto haverá, ainda, um Mercado de Arte Urbana que estará aberto ao público durante os horários da BALUARTE (sexta, das 18h às 22h; sábado, das 14h às 20h; domingo, das 11h às 20h). Todas as informações sobre a programação e sobre os artistas presentes nesta terceira edição podem ser consultadas aqui.
Outro momento importante desta terceira edição da BALUARTE é a exposição comemorativa dos 12 anos do Programa de Arte Urbana do Porto, que reúne fotografias de 12 trabalhos que marcaram este trajeto e que contribuíram para uma nova leitura do espaço público.
Estarão representadas obras como o Dom Quixote, de Gustavo Mesk, o primeiro grande mural de arte urbana da cidade, feito em 2013 a propósito do projeto RU+A, até obras executadas ainda este ano.
“O momento de início do programa, no edifício AXA, foi muito importante para este movimento”, lembra Tiago Andrade, referindo-se ao primeiro grande evento que reuniu dentro de portas artistas habituais da street art do Porto.
Seguiu-se uma encomenda a Mr. Dheo, que em 2014 inaugurou o primeiro mural diretamente comissariado pelo Programa de Arte Urbana do Porto e que ainda hoje está numa das fachadas do parque de estacionamento da Trindade, embora escondido pela copa das árvores.
De lá para cá, já foram feitas mais de 100 obras sob orientação direta do programa, cuja responsabilidade curatorial pertence ao artista Hazul, ou com o apoio do mesmo, nomeadamente nos casos em que são os coletivos da cidade, como a Circus Network, ou os privados a tomar a iniciativa e a pedir apoio à Ágora.
Exemplo disso são os murais We Bloom As One, de Tamara Alves, uma obra que o Fórum Social Europeu, realizado em 2021 no Porto, “decidiu deixar à cidade”, ou o “Look At Porto”, de 2016, a primeira obra pública de Vhils na cidade, comissariada pelo espaço Look At Porto.
“Esta regulação ajuda a que a arte urbana não se torne demasiado banal e que as pessoas reconhecem e abracem este tipo de projetos. Quando passaram a ser as próprias pessoas e proprietários privados os primeiros a dizer ‘nós queremos um mural aqui’, foi quando o paradigma mudou”, refere Tiago Andrade, lembrando ainda o mural “Conquista o teu Sonho”, da autoria de Add Fuel e patrocinado pela Federação Portuguesa de Futebol aquando do Mundial de 2018.
Ainda assim, haverá sempre arte informal a aparecer nas ruas, sem autorização institucional, ou não fosse a arte urbana, na sua génese, uma proposta contracorrente e uma forma de questionamento social. Nunca a arte urbana será domesticada, porém, nunca mais será vista pelos portuenses como uma coisa “marginal”, à boleia do trabalho desenvolvido pelo Programa de Arte Urbana nos últimos 12 anos.
“Temos o cuidado de nos rodearmos de pessoas que têm sensibilidade para perceber quais os nomes mais relevantes da cidade, mas também temos procurado a nível nacional novas linguagens e estéticas para trazer para a cidade.
Depois temos os open calls, onde procuramos sobretudo uma ligação à comunidade, e uma vertente de internacionalização, que para nós é fundamental”, reforça Tiago Andrade, assumindo também que há uma vontade de mapear percursos de arte urbana com o pelouro do Turismo.
Certo é que, a cada dois meses, a propósito das Inaugurações Simultâneas de Miguel Bombarda, será agendada uma visita guiada aos murais da cidade. Na impossibilidade de os retratarmos todos, fizemos uma seleção de sete obras icónicas – e mais uma que espreita desde Vila Nova de Gaia, do outro lado do Douro – para as organizar num roteiro que vai de Campanhã até à Foz. Bons passeios!
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