7 coisas que pode ver e visitar em Barcelos e arredores

O que fazer, onde ficar, o que comer: tantas razões para visitar Barcelos

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28/04/2025

Texto: João da Ponte

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Fotografia: vários

Vêm aí dias de celebração num dos corações do Minho onde a tradição bate com mais força. Explicamos porquê.

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O início de Maio é sempre um recomeço, mas nesta terra é motivo para rejubilar. Saiba porque deve ir de visita a Barcelos e, de caminho, descubra por onde deve passar para que a experiência seja completa.

A colorida Batalha das Flores acontece a 1 de Maio (fotografia © Município de Barcelos)

A Festa das Cruzes, a Batalha das Flores e uma cidade às cores

Há uma família de celebrações como nenhuma outra em Portugal. As romarias do Minho juntam multidões, milhares de naturais da terra e outros tantos vindos de fora, todos com vontade de pertencer à gente que se comemora a si própria. Neste caso, importa dar todas as atenções à Festa das Cruzes, que acontece sempre entre finais de abril e inícios de maio (neste ano apanham o fim de semana “prolongável” que vai de 1 a 4 de maio). A festa acontece em volta do Bom Jesus da Cruz, faz-se de diferentes dimensões (haverá concertos dos Calema, Fernando Daniel, Nininho Vaz Maia e The Gift) e uma delas é a Batalha das Flores, marcada para a tarde de 1 de maio. Os carros alegóricos desfilam pelas ruas e, quando se cruzam, soltam-se as flores e as pétalas, numa guerra abençoada em que quem ganha é o colorido da cidade. De resto? É comer e beber e bailar. Fácil.

Dedicado à Olaria em geral, e ao figurado de Barcelos em particular, o Museu da Olaria está de portas abertas desde a década de 1960

Museu da Olaria: uma cidade com histórias feitas de barro

O que seria de nós sem conceitos, sem palavras e suas definições. Muito pouco, certamente. Daqui decorre que comecemos este parágrafo por lembrar que a olaria é o trabalho do barro e da argila, o trabalho que transforma esta matéria em obras, em objetos, mais ou menos artísticos, mais ou menos utilitários. É manufatura feita de história e tradição e que tem em Barcelos um museu que lhe é inteiramente dedicado, desde meados dos anos 60 do século passado: o Museu da Olaria. Dito assim, parece que o século passado foi há imenso tempo, mas a olaria é bem mais antiga e é isso que o museu procura demonstrar: de onde vem, por onde tem passado, deixando pistas sobre por onde pode continuar.

Museu da Olaria: Rua Cónego Joaquim Gaiolas 4750-306, Barcelos; De terça a sexta, das 10h às 17h; sábado e domingo, das 10h00 às 12h30 e das 14h às 17h30; Telefone: 253 824 741

A Feira de Barcelos tem lugar todas as quintas-feiras no Campo da República

Feira de Barcelos: mas há disto noutra terra?

Se alguém duvida da afirmação que se vai seguir nestas linhas, há que repeti-la, sem temor: uma boa feira é razão mais do que suficiente para visitar o sítio onde a mesma acontece. É uma realidade inatacável em qualquer parte e também o é em Barcelos, onde a feira com o nome da cidade acontece todas as semanas, todas as quintas-feiras. Produtos regionais, artesanato criado por mãos locais, gente que sabe vender fazendo rico uso da simpatia comercial que deve ser estimada como uma arte. A graça que é a Feira de Barcelos começou no século XIII, ganhou documentação real nos cem anos que se seguiram e chegou até nós como se fosse um monumento vivo, que vale sempre a pena visitar porque nunca é igual. Acontece no Campo da República, que o tempo encarregou de renomear popularmente como Campo da Feira. Não há como enganar.

Descanso entre as vinhas, a boa comida e o spa, é o que promete o Torre de Gomariz (fotografia © Torre de Gomariz)

Torre de Gomariz; daqui vê-se tudo com luxo

Vê numa visita a Barcelos a oportunidade para conhecer mais da geografia que rodeia a cidade? Reconhece no Minho uma paisagem que ultrapassa a beleza natural, para se transformar numa espécie de terapia ao ar livre? Aprecia a ideia de descansar de forma luxuosa num boutique hotel de cinco estrelas, com todos os privilégios que a reserva garante? Piscina interior aquecida, sauna, jacuzzi e banho turco com vista para as vinhas, é um plano vencedor ainda antes de lá chegar — neste caso, antes de chegar ao Camellia Spa? Está disposto a entregar-se ao cuidado do chef Marco Gomes, o responsável pela Oficina no Porto e aqui assina degustações de cinco e oito momento ou um jantar à carta, cruzando o melhor que viaja entre o Minho e Trás-os-Montes? Acontece tudo na Torre de Gomariz Wine & Spa. Confie.

Torre de Gomariz: Avenida Sobral Castelo 76, 4730-102 Cervães; Telefone: 253 929 160

O cabrito assado no forno, com vinho verde a acompanhar, é um clássico deste restaurante minhoto (fotografia © Casa dos Arcos)

Casa dos Arcos: provar Barcelos, um prato de cada vez

Podíamos dizer que na Casa dos Arcos é sempre Natal, dada a fartidão (neologismo criado para reconhecer o serviço avantajado desta casa) que é colocada à mesa em cada refeição. Podíamos dizer que é sempre feriado, já que basta pôr o pé dentro da casa com morada na Rua dos Duques de Bragança para nos sentirmos em festa, seja a primeira ou a décima-qualquer-coisa vez que estejamos de visita. Mas situemos a questão na geografia adequada: é como se fosse Festa das Cruzes o ano inteiro. É a tradição minhota à mesa: as carnes, os tabuleiros no forno, o bacalhau e o pão a bailar no ritmo do azeite farto, o vinho verde a rir-se para nós, nós a rirmo-nos para ele e esta relação, meus amigos, fica para a vida. Depois disto, é voltar a Barcelos “só” por causa destes arcos — como se fosse coisa pouca.

Casa dos Arcos: Rua Duques de Bragança, 185, 4750-272 Barcelos; Telefone: 253 826 265; Domingo, das 12h às 15h30; fechado às terças; restantes dias, das 12h às 15h e das 19h às 22h30

Conhecido pelos pratos feitos no fogão a lenha, o Pedra Furada tem no galo o seu maior trunfo (fotografia © Pedra Furada)

Não há Galo de Barcelos como o do forno da Pedra Furada

Casas de família com as portas abertas ao público há muitas e não basta o parentesco para assegurar que o negócio vai longe. Depois, há casas como a Pedra Furada. De família, sim, como muitas outras, mas a fazer da dita uma linhagem de sabedoria. A herança é a tradição e quem ganha é quem visita, um encanto. O fogão é a lenha, para acolher os produtos a cozinhar, todos locais, com a qualidade assegurada. Siga sem receios pelo bacalhau, pelos rojões, pelas cabidelas ou pelo cozido à portuguesa. Mas em podendo, atire-se ao galo. É tratado com mestria desde que nasce. É respeitado em todos os momentos, até quando já está no forno. E, no final, quando é servido, parece resultado de uma arte mágica. Não galo como o da Pedra Furada. Aliás, arrisquemos, sem medos: não há galo de Barcelos como este.

Pedra Furada: Rua de Santa Leocádia, 1415, 4755-392 Pedra Furada; Telefone: 252 951 144; De terça a sábado, das 8h às 22h; domingo e segunda, encerra às 15h.

Babette: felicidade com ou sem nódoas

A vitela e o porco, o bife, o galo e o pato. Vire a página, continue caminho: o bacalhau (numa coleção invejável de modas) o polvo e o robalo. A realidade da gastronomia minhota está aqui representada nas suas mais altas patentes. É como se fosse um encontro de melhores antigos alunos que parecem sempre recém-matriculados, tal é o entusiasmo. Com espaço para o recreio, mas para este efeito chamemos-lhe de sobremesa, que pode ser mousse de chocolate ou pode ser tarte de lima. Se fica difícil, é porque vale a pena. Mas em princípio o dilema não se vai colocar. Neste Babette, a ideia é que tudo funcione como se de uma lâmpada mágica se tratasse: entra, bota os olhos no menu, desperta-lhe um desejo que precisa saciar e o resto corre como o verde gelado que lhe servem na mesa. Chega de tentação? Avance.

Babette: Largo Dr. Martins Lima 18, 4750-318, Barcelos; Telefone: 935 908 879; De terça a sábado, das 12h às 15h e das 18h30 às 22h30; Domingo, das 12h às 15h; Encerra à segunda.

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