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Parque Terra Nostra, Furnas

Roteiro de São Miguel: o que ver e fazer

Comida, música e amor à boleia do festival Tremor

06/05/2025

Texto: Clara Silva

Fotografia: Ana Brígida

Banhos quentes, estufas de ananases, bifanas de atum e queijadas. O festival Tremor mostra-nos o melhor da ilha de São Miguel, nos Açores.

“Tremor é Amor” é o lema do festival que acontece em São Miguel na Primavera e que é um convite a conhecer os recantos da ilha, que por esta altura se transforma num gigante palco. É também uma óptima desculpa para provar as iguarias da ilha, das bifanas de atum às queijadas de Vila Franca do Campo, sem esquecer as lapas ou os ananases, que são cabeças de cartaz todo o ano. Em qualquer altura do ano, ou durante o festival mais afamado do Atlântico (datas de 2026 já disponíveis), pegue nas nossas sugestões para dar a volta à maior ilha dos Açores.

Parque Terra Nostra, Furnas

Quem quiser demorar-se nas águas férreas a 40 graus pode visitar o Terra Nostra todos os dias, entre as 10.30 e as 16.30 – depois desse horário só para hóspedes do Terra Nostra Garden Hotel. Ao lado, também nas Furnas, as piscinas termais da Poça da Dona Beija, a 39 graus, estão abertas até mais tarde, às 23.00, e são uma boa opção para banhos nocturnos (16 euros por pessoa).

As águas férreas do Parque Terra Nostra estão a 40 graus. À direita, actuação da artista marroquina Asma El Hamzaoui com o seu grupo
As águas férreas do Parque Terra Nostra estão a 40 graus. À direita, actuação da artista marroquina Asma El Hamzaoui com o seu grupo

Em 2023, 800 pessoas estiveram de molho nas águas quentes do Parque Terra Nostra, um “spa a céu aberto”, como lhe chamam no site oficial, para assistir ao concerto da artista basca Ana Arsuaga, com o projecto Verde Prato, um dos pontos altos do Tremor desse ano. Em 2024, o parque termal nas Furnas não fez parte da programação do festival, mas em 2025, depois de meses de obras de recuperação no tanque principal, o Terra Nostra voltou a acolher concertos.

A Poça da Dona Beija está aberta até às 23h
A Poça da Dona Beija está aberta até às 23h

Desta vez, fora de água, no meio dos jardins centenários do Terra Nostra, com Asma El Hamzaoui, uma das primeiras mulheres da música gnaoua marroquina e o seu grupo, Bnat Timboktou, para um concerto restrito, com menos de 100 pessoas. No final, ainda houve 10 minutos para um banho que soube a pouco.

Parque Terra Nostra. Largo Marquês da Praia e Monforte, Furnas, São Miguel. Todos os dias, 10.30-16.30. T. 296 549 090. Entradas a 17 euros.

Poça da Dona Beija. Lomba das Barracas, Furnas, São Miguel. Todos os dias, 08.30-23.00. Entradas a 16 euros.

A Tasca, Ponta Delgada

Conseguir mesa n’A Tasca, um dos restaurantes recomendados pelo Guia Repsol em 2025, não é fácil. Não há reservas e as mesas do restaurante no centro de Ponta Delgada, mesmo ao lado do Ateneu Comercial, enchem rapidamente desde a abertura, às 11.30 da manhã.

A Tasca é um dos restaurantes mais concorridos de Ponta Delgada
A Tasca é um dos restaurantes mais concorridos de Ponta Delgada

“Somos quase da mesma idade do festival”, diz Raquel Silva, a dona da casa que abriu em Dezembro de 2013 e tem uma longa lista de espera. A ementa do restaurante está escrita num jornal, O Jornal da Tasca, com histórias de clientes assíduos, da equipa de cozinha e até um horóscopo: “Crescer pode ser difícil, mas é necessário”, lê-se num dos signos. “Dica: adoce esse crescimento com uma fatia do nosso delicioso ananás local.”

A bifana de atum com batatas fritas
A bifana de atum com batatas fritas

Segundo Raquel, o bolo de ananás d’A Tasca (4 euros) já ganhou “fama mundial” graças aos muitos clientes – a maioria turistas – que ali param a qualquer hora do dia (a cozinha só fecha à meia-noite). A bifana de atum com batatas fritas (6 euros) é a atracção principal, para devorar entre concertos ou comer ali mesmo, num ambiente descontraído. As lapas grelhadas (17 euros), os torresmos de abrótea (8.5 euros) e o lombo de atum com sementes de sésamo (16.5 euros) também deixam saudades.

A Tasca. Rua do Aljube, 16, Ponta Delgada, São Miguel. De segunda a sábado, 11.30-00.00. T. 296 288 880.

Centro Cultural da Caloura, Caloura

A funcionar desde 2005, o Centro Cultural da Caloura um pequeno museu de arte contemporânea na Caloura com um jardim labiríntico, reúne a colecção privada do pintor e professor Tomaz Borba Vieira, um dos grandes dinamizadores culturais da ilha. À beira-mar e a poucos minutos de um dos melhores restaurantes de São Miguel para comer peixe, o Bar Caloura, o espaço não podia ser mais improvável para uma colecção deste género.

O Centro cultural da Caloura reúne a colecção privada de Tomaz Borba Vieira
O Centro cultural da Caloura reúne a colecção privada de Tomaz Borba Vieira

Lá dentro, escondem-se obras desde o século XVIII até aos dias de hoje de artistas de renome, muitos deles colegas e amigos do fundador. Entre eles estão, por exemplo, Paula Rego, Júlio Pomar, Cruzeiro Seixas, Vieira da Silva ou Arpad Szenes.

Durante o Tremor e até 31 de Maio, a colecção alargou-se com uma exposição, Ponto de Partida, uma reflexão de vários artistas sobre a insularidade e a ideia de deriva. Também foi palco de concertos de artistas de São Miguel, como o rapper Valério AZ, que participou no projecto de hip-hop Filhos do Vento, com direcção artística de Xullaji.

O Bar da Caloura, com vista directa para o Atlântico, é uma paragem obrigatória para quem gosta de grelhados — e mergulhos no mar
O Bar da Caloura, com vista directa para o Atlântico, é uma paragem obrigatória para quem gosta de grelhados — e mergulhos no mar

Ao longo do ano, o Centro Cultural da Caloura organiza várias palestras, exposições, performances e workshops. No final da visita é obrigatório um mergulho na zona balnear da Caloura.

Centro Cultural da Caloura. Canada do Castelo, Caloura, São Miguel. De segunda a sábado, 10.30-12.30, 13.30-17.30. T. 296 913 300.

Bar Caloura. Rua da Caloura, 20, Água de Pau, São Miguel. Todos os dias, 12.00-21.30. T. 296 913 283.

Bocaberta, Lagoa

O Bocaberta é o irmão mais novo do Bar Caloura e pode ser uma boa alternativa para quem não quer esperar na longa fila do restaurante principal. Os donos, que também têm um restaurante focado em carnes maturadas, a Casa do Abel, em Água de Pau, mantiveram a aposta no peixe e no marisco, num espaço envidraçado com uma enorme esplanada e vista para o mar em Lagoa, no Porto dos Carneiros, a 15 minutos de carro da Caloura.

O Bocaberta, em Lagoa, aposta nos peixes e mariscos
O Bocaberta, em Lagoa, aposta nos peixes e mariscos

O restaurante, o mais recente dos três, a funcionar desde Março de 2023, é um dos recomendados no Guia Repsol 2025 por ser “uma versão sofisticada do famoso Bar Caloura”, com “pratos mais elaborados com os magníficos peixes locais, marisco e legumes biológicos”. “Estávamos cansados de restaurantes, mas foi o meu pai que quis abrir mais este”, conta Ruben Cabral, filho de Abel Cabral, o fundador, que morreu o ano passado. “Ele sempre quis ter uma marisqueira e uma casa de bacalhau. A marisqueira conseguiu.”

As tradicionais lapas, à esquerda, e o boca-negra (ou cantarilho), à direita, um dos peixes que mais irá encontrar nos restaurantes açorianos
As tradicionais lapas, à esquerda, e o boca-negra (ou cantarilho), à direita, um dos peixes que mais irá encontrar nos restaurantes açorianos

Na Caloura, o negócio começou com um pequeno espaço que vendia chicharros aos grupos que atracavam de barco dos passeios para ver baleias. No Bocaberta, as ambições foram maiores desde o início, com mesas suficientes para que nenhum cliente fique à porta e opções de marisco, peixe e carne para todos os gostos. O conselho do sommelier da casa, Bruno Tavares, é experimentar vários pratos de marisco – “ameijoas, sapateira recheada ou mexilhões”, enumera – e terminar com um prego da vazia (12 euros).

Bocaberta. Largo do Porto, 52, Lagoa, São  Miguel. De quarta a segunda, 12.00-22.00. T. 296 242 250.

O Rui, Lagoa

Uma novidade em São Miguel, O Rui, também em Lagoa, abriu portas em Novembro de 2024. Rui Ramos, o proprietário, já era uma cara conhecida na restauração da ilha. Fundou A Tasca em Ponta Delgada, e antes disso teve o restaurante O Gato Mia, na Ribeirinha, em Ribeira Grande. “Resolvi sair da cidade [de Ponta Delgada], gosto mais de trabalhar com um ambiente mais familiar, mais pessoal”, conta. “Não queria um sítio massivo.”

O Rui, de Ruia Ramos, serve sobretudo pratos de peixe e comida de forno
O Rui, de Ruia Ramos, serve sobretudo pratos de peixe e comida de forno

O seu novo restaurante, no espaço de um antigo snack-bar com dois andares que vendia pizzas, serve refeições todo o dia, desde a abertura da cozinha, ao meio-dia, até às dez da noite, com petiscos e comida de forno. Há quem chegue mais cedo, a partir das 09.00, para tomar o pequeno-almoço.

Pastéis de chicharro com molho de Vilão
Pastéis de chicharro com molho de Vilão

Na carta há sugestões para partilhar, como as bolinhas de morcela e ananás caramelizado (6 euros), os ovos rotos (6.5 euros), os pastéis de chicharro com molho de Vilão (5.50 euros) ou a bifana de atum (6.5 euros). Também há pratos do dia, como as muito elogiadas iscas de fígado (14 euros).

O Rui. Rua Manuel Correia Martins Mota, 1, Lagoa, São Miguel. De quarta a segunda, 12.00-22.00. T. 296 916 746.

Tremor na Estufa, várias localizações

Este ano, o Tremor na Estufa deu a conhecer espaços como o Museu do Tabaco da Maia, no Norte da ilha, ou o Pinhal da Paz uma reserva florestal na Fajã de Cima, em Ponta Delgada, com 50 hectares que incluem uma zona de piqueniques, animais e um bosque de bambus.

O Pinhal da Paz, também conhecido como Mata das Criações, tem cerca de 50 hectares
O Pinhal da Paz, também conhecido como Mata das Criações, tem cerca de 50 hectares

O Tremor na Estufa é uma das partes mais entusiasmantes do festival. A secção nasceu nas primeiras edições, com concertos-surpresa em sítios tão inusitados da ilha como as estufas de ananases, que acabaram por lhe dar nome. “É uma aventura. O público é convidado a embarcar numa viagem que o leva a um local secreto na ilha de São Miguel para um concerto surpresa”, explica-se no site do festival Tremor. “Os participantes são informados da localização no próprio dia, podendo chegar de meios próprios ou autocarro. Aconselha-se levar guarda-chuva, casaco, capa para a chuva e calçado confortável.”

A Plantação de Ananás dos Açores, em Ponta Delgada, é de entrada gratuita. Lá pode ficar a conhecer a história desta fruta e a sua relação com o arquipélago
A Plantação de Ananás dos Açores, em Ponta Delgada, é de entrada gratuita. Lá pode ficar a conhecer a história desta fruta e a sua relação com o arquipélago

As estufas, como as da Plantação de Ananás dos Açores, em Ponta Delgada, podem ser visitadas todo o ano (das 09.00 às 20.00, no horário de verão), sem qualquer custo. Aqui, além de se poder comprar e provar alguns produtos feitos com ananás (doces, licores ou biscoitos), é possível aprender como se cultiva o fruto e conhecer a histórias das plantações que começaram em 1832. Antes disso, no século XIX, a laranja era a cultura predominante, até ser arrasada por um fungo e substituída pelos ananases oriundos da América Central e do Sul. Hoje, existem cerca de 230 produtores de ananás em São Miguel, com perto de 1500 estufas.

Plantação de Ananás dos Açores. Rua das Laranjeiras, Ponta Delgada, São Miguel. Todos os dias, 09.00-20.00. T. 964 087 745.

Pinhal da Paz. Fajã de Cima, Ponta Delgada, São Miguel. De segunda a sexta 08.00-19.00, sábado e domingo, 10.00-20.00.

Queijadas do Morgado, Vila Franca do Campo

Também conhecidas como “queijadas da vila”, as Queijadas do Morgado são o melhor motivo para visitar Vila Franca do Campo, sobretudo desde que a praia do Ilhéu de Vila Franca, acessível de barco, foi interdita a banhos em 2025. Além do ilhéu – onde em tempos se realizou um conhecido concurso de cliff diving –, a vila ganhou fama por este doce, uma receita das freiras do antigo Convento de Santo André, agora nas mãos da família de Adelino Morgado Medeiros, o dono das Queijadas do Morgado, que herdou o negócio do pai, Eduíno Morgado.

As Queijadas do Morgado seguem a receita das freiras do antigo Convento de Santo André
As Queijadas do Morgado seguem a receita das freiras do antigo Convento de Santo André

Com leite, gema de ovo e açúcar – muito açúcar, sobretudo na cobertura –, as queijadas são feitas à mão, embrulhadas uma por uma num papel e encontram-se em cafés e restaurantes espalhados pela ilha, ideais para a sobremesa.

Com leite, gema de ovos e (muito) açúcar, as queijadas são feitas à mão, da confecção ao embalamento
Com leite, gema de ovos e (muito) açúcar, as queijadas são feitas à mão, da confecção ao embalamento

No entanto, é na fábrica onde são confecionadas, em Vila Franca do Campo, que sabem melhor. Aqui, pode-se acompanhar o processo de fabrico através de um vidro e comprar queijadas para comer na esplanada (a 1.60 euros cada) ou para levar, em caixas de seis (8 euros) ou de 12 (15 euros).

Queijadas do Morgado. Rua do Penedo, 20, Vila Franca do Campo, São Miguel. De segunda a sexta, 09.00-18.00, sábado e domingo, 09.00-19.00. T. 296 581 183