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Existe um denominador comum nos hotéis do grupo Torel Boutiques (e já são seis as unidades abertas em Portugal desde 2013): a aquisição de edifícios históricos devolutos e a sua remodelação respeitando traça e legado e acrescentando-lhe em fineza, conforto e design de autor.
Existe um denominador comum nos hotéis do grupo Torel Boutiques (e já são seis as unidades abertas em Portugal desde 2013): a aquisição de edifícios históricos devolutos e a sua remodelação respeitando traça e legado e acrescentando-lhe em fineza, conforto e design de autor.
No Torel Palace Porto, aberto em 2020, é a literatura que cose os cantos à casa. Talvez por causa dos bustos de Almeida Garrett e de Luís de Camões descobertos durante a recuperação do estuque dos tetos dos agora quartos número 4 e 6 ou pura e simplesmente pelo gosto do grupo em prestar tributo a diferentes personalidades e aspetos da portugalidade.
Quem por aqui passa, não só tem a oportunidade de mergulhar no imaginário de um palacete romântico burguês de 1861 (exemplar comum da alta sociedade portuense do século XIX), como se pode inteirar da vida e obra de escritores canónicos como Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Padre António Vieira ou Florbela Espanca, esta última com uma pâtisserie a si dedicada.
A cargo da chef pasteleira Eva Monteiro, este espaço recheado de livros, jornais, revistas e até de jogos didáticos para os mais pequenos, apresenta uma seleção de doces e salgados de inspiração parisiense para refeições mais casuais ou para a hora do chá. Não raras vezes, recebe eventos literários ou apresentações de livros.
No total, o Torel Palace Porto tem 24 quartos, distribuídos por sete categorias, cada qual dedicado a um escritor. Na escrivaninha ou na mesinha de cabeceira encontrará um livro desse mesmo escritor, dialogando com um retrato exuberante da autoria de Jorge Cuval, artista plástico que já assinou obras para outros hotéis do grupo.
O próprio edifício, em si, é uma obra de arte arquitetónica: o estuque trabalhado, a escadaria de madeira, os mármores e, acima de tudo, a grande claraboia que ilumina todo o palacete são deslumbrantes.
E como em tudo (ou quase tudo) que apresenta tal nível de requinte e de cuidado de conservação – só a claraboia demorou um ano a ser restaurada – o preço é para um segmento de luxo: pernoitar neste hotel só a partir de €300 por noite.
Há, contudo, quem vá ao Torel Palace Porto por outro motivo que não a dormida, mas sim pela experiência gastronómica oferecida pelo Blind, restaurante que tem vindo a consolidar o seu espaço entre os distintos da gastronomia nacional.
O nome é inspirado no Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago, que desconfiámos preferir umas pataniscas de bacalhau daquele que era o seu restaurante favorito (o lisboeta Farta Brutos) a qualquer fine-dining.
Ainda assim, se o escritor fosse vivo e se se cruzasse com os pratos de identidade nacional desenhados pelo chef Vítor Matos, talvez se lançasse a escrever um segundo volume de Viagem a Portugal.
A jornada trilhada pelo também chef do Antiqvvm, 2 Monkeys (1 Sol Guia Repsol 2025) e Oculto, agrega referências de vários cantos do país, com alusões à Suíça, onde Vítor Matos esteve emigrado, e temperos da cozinha asiática.
Mas a experiência do Blind vai muito além do sabor: há um lado cénico, sensorial e lúdico que faz de cada refeição um espetáculo de magia, no qual o cliente é seduzido pelo toque, pelo som e pelo olhar.
Entrar no Blind é como entrar num jogo: ora podemos ser vendados, como acontece no prato “De olhos vendados”, para nos entregarmos à textura dos ingredientes; ora “acordados” por chocalhos, toque de entrada da sobremesa “Lembranças da Minha Infância”, nos quais o caramelo e o algodão doce remetem para as paisagens montanhosas da Suíça; ora ficar enfeitiçados com a chama de uma vela, feita de manteiga de alecrim e de mel.
Desde o momento em que nos sentamos à mesa até à despedida há uma aura de suspense no ar, sem, contudo, desviar em demasia o foco da experiência gastronómica. Rita Magro, braço direito de Vítor Matos, coassina os dois menus disponíveis, de 10 e 12 momentos.
“Profundidade de sabor, equilíbrio e frescura” são, segundo a chef de 29 anos, os atributos que estão na base da sua cozinha. Mestre e aprendiz já criaram mais de 50 pratos em conjunto, que vão rodando na carta.
“A preto e branco”, com arroz de tinta de choco, tagliatelle de lula gigante e emulsão de gengibre e lima keffir; “Que Nem Ginjas”, composto por três ginjas falsas de foie gras; e “Lamb. Lamb.” que, tal como o nome indica, tem como estrela principal o borrego, foram algumas das criações que o Guia Repsol Portugal teve oportunidade de provar, harmonizados com uma seleção de vinhos especiais da coleção de Vítor Matos (Master Wine Paring: €200).
Independentemente dos pratos que lhe calharem em sorte (geralmente ditados pelos produtos da temporada), preste atenção aos detalhes. Poderá precisar deles para desvendar o código de uma sobremesa ou para adivinhar um ingrediente-chave. Faz parte do charme, faz parte do jogo.
Torel Palace Porto. Rua de Entreparedes, 42, Porto. 226 090 559. Preço por noite: a partir de €300 | Blind. 19h30-21h30 (fecha dom. e 2a.); 226 001 580; Preço: a partir de €155 por pessoa; Harmonização vínica: a partir de €85 por pessoa; Harmonização não alcoólica: €50 por pessoa.
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