¿Cuáles son las webs y apps de Repsol?

Si tienes una cuenta en cualquiera de ellas, tienes una cuenta única de Repsol. Así, podrás acceder a todas con el mismo correo electrónico y contraseña.

Waylet, App de pagos

Repsol Vivit y Ýrea Cliente de Luz y Gas

Pide tu Bombona y Pide tu Gasoleo

Box Repsol

Guía Repsol

Repsol.es y Tienda Online

Ýrea profesional Mi Solred

Partilhar

Castanha assada, na pastelaria e no restaurante

Castanha assada, na pastelaria e no restaurante

É o tempo dela: oito mesas para deixar a castanha ser rainha

Atualizada: 17/11/2025

Texto: João da Ponte

Fotografia: vários

Tem fama de ser quente e boa saída do fogareiro, mas é muito mais versátil do que isso. Damos exemplos que são pretextos para roteiros de outono.

A todos os que dizem cobras e lagartos do outono. A todos os que condenam a mudança da hora e a timidez do sol a partir do fim de outubro. A todos os que esperam ansiosamente que o inverno chegue para que acabe o mais depressa possível. A todos os que preferem ignorar a maravilha que acontece à nossa volta quando chegamos a este último terço do ano: os parágrafos que se seguem são para vocês.

São odes à castanha, fruto maior, fruto que pede respeito, reverência, que merece ser descoberto. Para que a castanha não fique presa a hábitos que, apesar de deliciosos, são curtos, avançamos com orgulho por esse Portugal que olha para o castanheiro como fonte de riqueza. Ora vejam.

1. Uma tarte de farinheira de castanha no Páteo Real, em Alter do Chão

Tentemos desconstruí-la tranquilamente, porque tem muitas camadas e pouco prováveis. É uma tarte, está lá a massa a fazer de cama e de crocante, a ser abrigo e desafio, tudo ao mesmo tempo. Está lá a farinheira, nascida como recurso para a sobrevivência, e agora a despertar perguntas como “mas é possível que não gostes de farinheira?”.

A tarte de farinheira de castanha é um dos ex-libris do Páteo Real
A tarte de farinheira de castanha é um dos ex-libris do Páteo Real

E depois há castanha, para que a gordura que faz o dito enchido se acompanhe deste fruto nobre e não de uma qualquer outra farinha. São três dimensões prontas para dançar umas com as outras. Talvez faltasse apenas um convite. Esse veio de terras alentejanas, de gente dada à experiência na mesa. Agradeçamos por isso.

Páteo Real: Av. Dr. João Pestana 37, 7440-013 Alter do Chão. Telefone: 960 155 363. De quinta a segunda, das 12h30 às 15h e das 19h30 às 22h. Quarta-feira só serve jantares. Fecha à terça-feira.

2. O ouriço da castanha na pastelaria Zé Manel, em Seia

Parece nome de história infantil. Ou de lenda de um “outro Portugal”, para tornar a coisa ainda mais antiga. Mas não. Não é nada disso. É um doce. Um miminho. Uma gordice. Uma açucarada. É pastelaria. E tem fama, não só em redor da serra que o gerou, mas um pouco por todo o circuito de curiosos da felicidade calórica. E isto começa de facto assim: era uma vez a Festa da Castanha na Lapa das Dinheiros, aldeia que vive na encosta da Serra da Estrela e que alberga, além de uma extraordinária praia fluvial (palavra!), uma dose generosa de castanheiros.

O ouriço de castanha foi criado para celebrar este produto beirão
O ouriço de castanha foi criado para celebrar este produto beirão

Em 2017, a pastelaria Zé Manel achou por bem participar na dita Festa com um novo doce, feito com pasta de castanha suportada pela delicadeza da massa filo. O resultado foi um sucesso e hoje é um ex-libris do estabelecimento. Daqueles que se compram em quantidade, que ficam bem nas fotos e que se levam em caixas para os curiosos da cidade.

Zé Manel: Praça da República 42, 6270-496 Seia; Telefone: 238 316 106. Todos os dias, das 07h30 às 20h.

3. Castanha de Montesinho com Café e Erva Doce, no G Pousada, em Bragança

Temos de começar por algum lado, portanto comecemos pelo parque natural que dá nome à castanha de que aqui se fala. Montesinho, montes e vales transmontanos e para lá da raia: é aqui que nasce uma das castanhas com mais categoria no campeonato das categorias de castanha.

De tal forma que quem a cultiva protege-a com tudo contra todos, especialmente contra prospecções mineiras. Bragança fica nesta zona, é um templo de culinária, arte que em Trás-os-Montes ganha uma vida quase sobrenatural, de tão impossivelmente notável.

E aqui encontramos a Pousada de São Bartolomeu, com o respetivo restaurante, tudo idealizado e gerido pelos irmãos Geadas. O menu desta mesa é cuidado, exigente, com vontades de quem quer oferecer requinte. É desta carta que faz parte a castanha com café e erva doce, iguaria que tem tanto de sobremesa como de regalo abrasivo, saído de uma terra que tanto agradece aos elementos como os confronta, destemidos.

G Pousada: Rua do Turismo, Pousada da São Bartolomeu, 5300-271 Bragança. Telefone: 273 331 493. De terça a domingo, das 19h30 às 24h. Encerra à segunda-feira.

4. O bacalhau em crosta de broa com puré de castanha no Zambeze, em Lisboa

Na comida, como na vida, damos muita coisas por garantidas. Estamos mais do que certos que certas tragédias nunca vão acontecer. Que certas faltas nunca nos vão assolar. E isso, por vezes, influencia as nossas escolhas. Preferimos a novidade ao nosso grande amor, como se ele estivesse sempre à nossa espera. Talvez tenhamos que encarar a mesa de forma mais instintiva, mais mamífera. Talvez nos devamos atirar às nossas obsessões sem vergonha. Se há bacalhau, digamos “sim”. Estejamos presentes.

Neste clássico lisboeta, a castanha mistura-se com a cultura moçambicana
Neste clássico lisboeta, a castanha mistura-se com a cultura moçambicana

Tomai como exemplo o Zambeze, casa de inspiração moçambicana. Estejamos, pois, disponíveis para assumir um caso com a broa que envolve o bacalhau nesta cozinha, que se faz acompanhar de puré de castanha. Declarai a vossa vassalagem emocional. Nunca uma oportunidade é a mais, porque aquele encanto clássico nunca é igual, ainda que o tenhamos como certo e conhecido.

Zambeze: Calçada do Marquês de Tancos, Edifício EMEL Mercado Chão do Loureiro, 1100-340 Lisboa. Telefone: 218 877 056. Todos os dias, das 11h às 23h.

5. O menu especial do Monte, em Viseu

Se é para celebrar a castanha, que seja assim como faz O Monte (recomendado no Guia Repsol). Não há um prato especial, não há uma sobremesa surpreendente, não há um detalhe a marcar a diferença. Há um menu inteiro. Segue desta forma: sopa de castanha, barriga fumada e cebolinho; ensopado de javali, castanha e míscaros; e pastel de Vouzela de castanha com gelado de jeropiga. Preço fixo de 30 euros, mas fica a dica: faça a reserva.

O Monte: Rua Vales, 3515-496 Bodiosa. Telefone: 962 302 053. De terça a sábado, das 12h às 15h30 e das 19h30 às 23h. Aos domingos só abre ao almoço. Encerra à segunda.

6. O bacalhau em azeite de Marvão, com puré de castanha e maçã, na Varanda do Alentejo

Isto podia ter sido tudo muito planeado, matematicamente estudado, friamente calculado. Mas não. E é por isso que é muito mais interessante. Marvão é o berço e casa da Festa do Castanheiro, a quinzena gastronómica da castanha que exalta uma das riquezas daquela zona alentejana (não temos tempo nem espaço para abordarmos as restantes, concentremo-nos nesta).

E nesta festança esteve, este ano, incluído um lote de restaurantes que apresenta ementas especiais, dedicadas a esta joia natural que por ali nasce e cresce. Inclui-se neste rol a Varanda do Alentejo, que pode parecer um nome com demasiada garimpa, mas que faz todo o sentido quando percebemos que ao provar o que por ali se serve temos uma vista panorâmica sobre a região. Nesta Varanda serve-se o bacalhau em azeite da zona, com puré de castanha e maçã (outro fruto que é marca da casa). É este o destaque que apresentamos, mas não se prenda, viaje pela carta, não se vai arrepender.

Varanda do Alentejo: Praça do Pelourinho, 1-A, 7330-108 Marvão. Telefone: 245 909 002. De terça a domingo, das 12h30 às 15h e das 19h às 22h. Fecha à segunda-feira.

7. As febrinhas da matança com castanhas da Tapada do Poejo, em Alvarrões

Há várias razões para trazermos para aqui esta sugestão, cada uma melhor do que a anterior (ou a seguinte, o lugar comum serve para os dois lados). Primeiro, o nome da casa: Tapada do Poejo. Se é tapada, queremos conhecer, cheira a conforto e história — mesmo à distância.

Acresce que o estabelecimento em causa tem morada fixa em Alvarrões, plural de “alvarrão”, expressão que se usa para descrever alguém que está só, distante, solteiro, desamparado, no limite. E a sugestão é esta: febrinha da matança com castanhas. Minha gente, é a celebração do porco, é a classe alentejana na hora de fazer da refeição um acontecimento, uma fonte de força brava, uma cerimónia comunitária.

Além disso, “febrinhas da matança” é um nome óptimo, pleno de ironia e contradição, dado o eufemismo do ato sanguinário. Tudo mais do que certo.

Tapada do Poejo: Estrada Nacional 359, 7330-301 Marvão. Telefone: 245 993 958. De segunda a sábado, das 11h às 15h e das 17h às 20h. Sábado só abre ao almoço. Fecha ao domingo.

8. O cabrito assado com castanhas e batatas do Sabores da Aldeia, em Candal

Há pouco tempo tive uma conversa séria sobre um assunto de extrema importância. Em cima da mesa estava o cabrito assado. Infelizmente, não era o próprio, mas uma alusão, referência, era o centro da conversa, que é motivo bastante para despertar no adepto de tal comezaina a mais emocional das respostas: uma fome quase impossível de domesticar.

E porquê este assunto? Porque do outro lado da argumentação estava alguém que dizia não gostar de cabrito assado. Mais: apontou falhas ao prato, insultou-o, desrespeitou-o, a ele e a toda a história que o trouxe até este século XXI. Os nervos aumentaram, a tensão manifestou-se, a ira começou a dar sinais. Mas uma réstia de bom senso dominou os acontecimentos e afastou qualquer possibilidade de revolta. Antes, surgiu uma hipótese: a sugestão de uma mesa para degustação da iguaria, de maneira a que aquele revoltoso pudesse converter-se a uma das mais dignas expressões de fé.

O destino é a Lousã, em plena serra. A terra chama-se Candal. A porta tem o nome da casa escrito por cima: Sabores da Aldeia. E o cabrito vem para a mesa entre castanhas e batatas. Depois venho aqui relatar o sucedido.

Sabores da Aldeia: Aldeia do Candal, 2300-067 Lousã. Telefone: 239 991 393. Sábado e domingo, das 13h às 15h30 e das 19h às 22h. 

9. O corso com castanha n’A Cozinha, em Guimarães

Tem alguma graça incluir A Cozinha numa lista de sugestões com pratos e menus em que a castanha é umas das protagonistas. Por uma razão: porque A Cozinha — e, naturalmente, a arte do chef António Loureiro — é de tal forma abrangente, referencial e inspiradora que certamente a conseguiríamos inscrever em qualquer elencado de bom gosto e engenho. Neste caso, a nova carta de outono desta casa de Guimarães inclui um prato de corso com castanha que merece ser descoberto, para depois acolher a devida vénia.

A Cozinha: Largo do Serralho 4, 4800-472, Guimarães. Telefone: 253 534 022. De terça a sábado, das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 23h. Fecha ao domingo e à segunda.