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Descubra a Osteria Mavalà, o restaurante de Davide Prandi em Faro

Receitas da Lombardia no Osteria Mavalà em Faro

Osteria Mavalà: um pedaço da Lombardia no coração de Faro

22/08/2025

Texto: Viviana Martins

Fotografia: Afonso Sousa

Descubra a Osteria Mavalà, o restaurante de Davide Prandi em Faro, onde a tradição gastronómica da Lombardia se mistura com irreverência, humor e um serviço acolhedor.

Na Mavalà come-se comida da Lombardia e bebe-se vinho, ao som de clássicos italianos dos anos 80. Davide Prandi é o oste responsável pela comida, pelo cenário dadaísta e pelas histórias desenroladas à mesa. Da cozinha, por vezes, ouve-se a sua mãe dar nas orelhas da equipa, enquanto estendem juntos a massa fresca. De porta fechada ninguém diria que estamos na baixa de Faro.

“Não tenho nenhuma história bonita sobre gastronomia para contar. O meu sonho era não fazer nada. Ainda é”, começa por dizer Davide Prandi, com a intenção de afastar uma narrativa romântica sobre o seu percurso e do restaurante. Mas mal entramos na Osteria Mavalà, percebemos que esta história não é um acaso. 

A Osteria Mavalà fica na Baixa de Faro e lembra uma casa tradicional italiana
A Osteria Mavalà fica na Baixa de Faro e lembra uma casa tradicional italiana

A decoração: entre o dadaísmo e a casa da nonna

O espaço, um pequeno armazém, foi transformado numa sala de jantar, onde todos os pormenores dão corpo a uma história maior, completada à mesa. Fotografias antigas, pinturas, referências do cinema italiano, mapas de várias cidades e regiões de Itália, livros de gastronomia empilhados, carros de corrida em miniatura, bonecas de porcelana e os móveis antigos ajudam a compor a sala: “Queria um espaço quente e acolhedor, que combinasse com a nossa cozinha. Toda a decoração funciona como uma casa tradicional italiana, onde cabe sempre mais qualquer coisa”.

Davide Prandi, dono da Osteria Mavalà, em Faro
Davide Prandi, dono da Osteria Mavalà, em Faro

Um restaurante com alma italiana e sotaque pessoal

Davide Prandi é natural do norte de Itália, da província de Monza e Brianza, conhecida pela indústria do mobiliário e design, pelas paisagens de montanha e pelo Grande Prémio de Fórmula 1 de Monza.

A nível gastronómico, a sua tradição mais fechada impediu-a de brilhar como outras regiões italianas: “O arroz sempre foi o nosso principal cereal e o risotto, talvez seja o prato mais conhecido da Lombardia. Eu ganho muito com este apelido de fazer uma cozinha tradicional italiana, mas, no final do dia, o restaurante é de comida minha, inspirado na parte setentrional da Itália porque é essa a minha identidade e experiência”.

O risotto, à esquerda, é um dos pratos mais repetidos na Mavalà. A preparação dos capeletti, à direita.
O risotto, à esquerda, é um dos pratos mais repetidos na Mavalà. A preparação dos capeletti, à direita.

Mais arroz do que massa, mais essência do que ornamento

A Osteria Mavalà tem a etiqueta de restaurante de comida tradicional italiana, porque, na verdade, é mesmo isso que oferece, mas desengane-se, quem pensa lá encontrar pizzas ou massa com molho de tomate: “Podemos indagar sobre a palavra tradição e o que é de facto comida tradicional italiana. Na gastronomia tudo é uma contaminação das nossas experiências pessoais e influências. As minhas, alteram-se todos os dias, mas a base está lá”.

E a sua cozinha exprime-se, essencialmente, em pratos de proteína animal e na sua cozedura, utilizando poucos ingredientes, mais arroz do que massa e muito humor e ironia, numa constante brincadeira com a tradição, no uso de técnicas, não só italianas, como francesas, austríacas e portuguesas.

Os capeletti
Os capeletti

Além da boa disposição e sentido de humor, neste restaurante trabalha-se com uma filosofia de artesão, na qual se repete continuamente o mesmo gesto e, em todas as vezes, o resultado é diferente e melhor: “O tempo dilata e cria gosto. Acreditamos que o produto pode ser sempre cozinhado melhor da próxima vez. É importante respeitar as cozeduras, o tempo de descanso, servir na temperatura certa”.

Uma década de restaurante serviu para aperfeiçoar muitas receitas, transformando-as em ícones da Mavalà. Entre a lista composta, encontramos o vitello tonnato, a cotoletta alla milanese (feito com vitela branca de Mirandela e cogumelos), a mondeghini di milano (uma receita da avó de Davide), o risotto com diferentes combinações (sendo o de açafrão e caldo de carne o mais repetido), o spaghetti com gamba da costa e pistácio, o coelho com molho de anchovas e puré de nabo ou os famosos ravioli de abóbora.

Vitela branca de Mirandela e cogumelos
Vitela branca de Mirandela e cogumelos

Ao almoço, a “la pausa pranzo” ou, em bom português, o menu executivo, inclui uma entrada, a massa do dia e um prato principal. Ao jantar, num ambiente mais intimista, além do menu à la carte, está disponível o menu carta branca de cinco ou seis momentos, seguindo a sintaxe de um verdadeiro menu italiano: antipasto, primo piatto, secondo piatto e dolce, com surpresas pelo meio: “Gostava de poder servir o mesmo a todas as pessoas. O menu carta branca é a experiência mais autêntica e representativa da nossa cozinha e é construído em conjunto com o cliente”.

E por falar em doces, o tiramisú preenche a quota de pratos italianos internacionalmente famosos, e fá-lo de forma exímia: mascarpone, açúcar, gemas e savoiardis caseiros, em vez dos franceses palitos de la reine. O pão e a focaccia também são feitos em casa e o café é de especialidade, colombiano, torrado em Aljezur.

A seleção de queijos e enchidos é 100% italiana, já a vínica, inclui vinhos italianos e portugueses, maioritariamente biológicos ou de baixa intervenção, a copo ou num percurso de harmonização no menu carta branca.

A equipa é formada por quatro pessoas
A equipa é formada por quatro pessoas
Fotografias antigas, pinturas, referências do cinema italiano, mapas de várias cidades e regiões de Itália. A Osteria Mavalà parece transportada da Lombardia
Fotografias antigas, pinturas, referências do cinema italiano, mapas de várias cidades e regiões de Itália. A Osteria Mavalà parece transportada da Lombardia

A cozinha da Lombardia reinventada

A qualidade da Mavalà não está só na sorte, criatividade e bom gosto do seu chef. O ar descontraído, a pose de artista e a sua humildade, escondem um caminho irrepreensível no mundo da gastronomia.

Davide estudou numa das escolas mais reconhecidas de Itália, a Escola de Culinária ALMA, em Parma: “Fui para o curso de cozinha porque um amigo meu também foi e era uma oportunidade de estar fora de casa. Não tinha consciência da importância de estar ali. Era um ensino exigente, meio militar, mas hoje agradeço aos meus pais a oportunidade. Aprendi muito e o conhecimento está cá todo”.

Os doces são todos feitos na casa. Aqui vemos massa croustilllant e mousseline de baunilha
Os doces são todos feitos na casa. Aqui vemos massa croustilllant e mousseline de baunilha

Seguiram-se várias experiências na restauração, em todos os postos, até chegar a um restaurante de três estrelas Michelin. A vida em Milão não estava favorável para um jovem de 25 anos, impulsionando a sua vinda para Portugal: “Vim sem grandes ambições, mas, rapidamente, percebi que a situação económica estava favorável à restauração. Com menos investimento do que aquele que fiz para comprar o meu carro, abri a Mavalà”.

Davide reconstruiu a sua casa de maneira livre, criando um espaço onde se come bem e é bom se estar. A sua constante presença na sala permite um serviço “costurado à medida”, criando um diálogo entre a cozinha e a sala: “Nesta dimensão pequena, de uma equipa de quatro pessoas, é fácil estarmos próximos das pessoas. No início, cozinhávamos para mostrar conhecimento, para provar algo, agora, fazemo-lo a pensar no cliente sentado à mesa. Eles conhecem-nos e nós temos a noção de quem estamos a servir. A sensação de estarem aqui, como em casa, é a melhor recompensa”.

Osteria Mavalà. Largo da Madalena, 10, Faro. Terça a sábado, 12h00-15h00 e 19h00-23h00. Telefone: 963100473