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No meio de viadutos e avenidas, entalado entre torres de escritórios e um dos maiores terminais de autocarros da capital, está um prado. É um prado bastante metafórico: um lugar para silenciar a cidade e sentar-se a uma mesa típica do campo, com sertãs saídas do forno a lenha diretamente para a mesa.
“Lembro-me do dia em que abrimos este restaurante, o diretor geral chamou-nos para nos dar um lamiré do que ia ser. Este restaurante não ia ser aquilo a que estávamos habituados — as fardas, homens sem barbas nem tatuagens, a formalidade na abordagem ao cliente”, recorda Maria João Galante, diretora de relações públicas e comunicação do hotel.
    Há menos de 10 anos, aqui, os cozinheiros usavam chapéu alto de jaleca branca e faziam uma “cozinha internacional”, jargão para pratos iguais em todo o mundo, sem temperos muito evidentes. Com o Erva, “o primeiro objetivo passou a ser agradar ao público local e, quando conseguimos isso, passámos a ter os clientes do hotel a querer repetir as refeições, porque perceberam que estão a ter uma experiência local”, explica a responsável pela comunicação do Corinthia.
Como agradar a um lisboeta no centro do trânsito da cidade? O Erva é amplo, tem uma grande montra para a rua de onde se vêem plantas e tachos de cobre e, lá dentro, os pratos soam familiares: polvo grelhado com batata a murro, açorda de bacalhau, peixe com arroz caldoso.
    João Moreira é o chef que há seis anos mantém esse sentido de cozinha de casa num grande hotel. O prato de cabrito assado, que este ano será a estrela dos menus de Natal no Erva, é um exemplo disso.
“Começámos a fazer por desafio de um cliente habitual do hotel (há mais de 30 anos). A equipa foi toda para a cozinha criar — “o que é que tu costumas pôr em casa?”, “e se fizéssemos com arroz de enchidos?”, conta.
    O resultado sabe legitimamente a mesa da avó — uma avó que tenha um forno a lenha. Depois de marinar com os temperos mais tradicionais — o pimentão, o alho, o louro — e cozinhar por três horas, ganha um leve aroma a fumo e tosta nesse forno a lenha, o coração desta cozinha aberta. A acompanhar, batatas à padeiro e um arroz de forno de enchidos e miúdos guloso e cozinhado no ponto.
Com legumes da região de Lisboa, carnes minhotas e alentejanas e peixe dos Açores e do mercado 31 de Janeiro, tudo no Erva anda à volta do conforto da mesa portuguesa. Uma versão mais elegante da gastronomia regional, é certo, mas que não inventa — vejam-se os pastéis de massa tenra recheados com carnes de cozido, o mini-brioche recheado com caça ou mesmo a sopa de lavrador.
    Esta filosofia levou mesmo à criação de um menu guiado pelas regiões, que todos os meses destaca uma zona do país e dois pratos — em Novembro, será a vez da sopa da Pedra e da Palha de Abrantes, para ir ao Ribatejo, por exemplo.
Vale a pena voltar à pergunta inicial: o que leva um local a entrar num restaurante de hotel? Nada como juntar tudo isto que faz salivar num menu de almoço. Aqui, por 20 euros, almoça-se bacalhau à Brás à terça, arroz de pato à quarta e bitoque de atum à quinta. Nada agrada mais a um lisboeta do que haver dia certo para o seu prato preferido num bom restaurante.
Erva. Av. Columbano Bordalo Pinheiro 105B, 1070-063 Lisboa. Todos os dias das 12h às 15h30 e das 18h00 às 00h30. 912 592 132
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