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Há um par de verdades insofismáveis sobre a Terceira: primeiro, que é a ilha mais festeira de todo o arquipélago dos Açores; segundo, que os terceirenses são dos que mais gosto têm em abrir a porta de casa e bem receber; e terceiro, que é impensável visitar a ilha açoriana sem passar pelo restaurante O Pescador. "É uma casa de referência. Mesmo quando era bem pequenina, lembro-me de ser quase obrigatório ir lá", recorda a sua chefe de sala.
Marisa Cota, nascida na Praia da Vitória, tem hoje 41 anos e comanda a sala d’O Pescador há três. Assume a função com igual dose de responsabilidade e de prazer. Não há nada que a deixe mais feliz do que ver o cliente consolado, despedindo-se com uma promessa de regresso: "Sou empregada de mesa há 20 anos e para mim sempre foi assim. A magia está na comida, no vinho e no serviço. É o conjunto completo".
José Almerindo Costa, empresário terceirense, não querendo ver O Pescador cair por terra, pegou nele em 1999 para dar continuidade ao projeto. Fê-lo mantendo a essência e inovando onde o restaurante precisava, nomeadamente na disposição da sala, muito mais arejada e confortável do que a anterior. Resultado? os clientes continuaram felizes.
Entre as especialidades que não arredaram pé da carta estão as cataplanas. Marisa lembra que antes da "Dona Gabriela e o Senhor António" chegarem à ilha, nunca a Terceira tinha visto cataplanas num restaurante. As d'O Pescador têm um toque especial: são feitas com natas, bacon e cogumelos. "É uma coisa diferente e o molho é espetacular. As pessoas ficam encantadas", assegura a chefe de sala.
A cataplana da casa (€58), com lombinhos de peixe, lulas, camarão e mexilhão, é a mais completa e tradicional, mas também há a de bacalhau (€28) e a de filet mignon (€28).
"Depois há a caldeirada de peixe feita na cataplana com peixe açoriano" (€49), nota Marisa Cota, puxando a conversa para outro dos ex-libris d'O Pescador: o peixe. "Boca negra, pargo, cântaro são um sucesso", mas também há o espadarte, o atum e o que mais o mar trouxer na rede.
Quando dá para grelhar, vai para a brasa sem dúvida. Quando o cliente pede um prato mais trabalhado, cabe a Albina, a cozinheira mais antiga da casa, dar-lhe o tratamento devido. "Ela sabe quais os peixes que podem ir para o forno e quais podem ser usados em arrozes". Não é de espantar, por isso, que apareça à mesa um prato que não esteja na carta, como um arroz de pargo ou um arroz de espadarte com camarão.
Atente também na açorda de marisco (€24). "Não tem nada a ver com as alentejanas", adverte Marisa. É feita com bastante pão caseiro - e até aqui, nada de novo - mas, ao contrário das alentejanas, praticamente não tem caldo. Leva amêijoa, camarão, mexilhão e é servida com ovo.
Mas nem só de peixe reza a história d'O Pescador. "A nossa carne também é um sucesso". Em terra de Alcatras, serve-se, pois claro, uma digníssima alcatra regional (€42). Depois há os bifes, dos quais se destaca o Bife à Mendes (€24). É assim chamado em honra de um grande amigo de José Almerindo Costa: o apresentador Fernando Mendes. "Quando os dois estavam de dieta, ninguém comia Bife à Mendes", ri-se Marisa. O segredo do bife está não só no corte, da vazia, como no molho de alho, vinho branco e pimenta da terra.
Chegados às sobremesas, Albina passa a tocha à mestre pasteleira Maria João. A escolha, aqui, é bastante difícil e não é raro Marisa Cota sugerir ao cliente "um pijaminha". Desse medley doceiro fazem parte o doce da casa, um ícone desde a fundação d'O Pescador feito com amêndoa, amendoim e chantilly caseiro.
O brownie de maçã vem acompanhado de gelado de Melinha, uma interpretação do famoso Bolo D. Amélia ao qual Maria João acrescenta gengibre. Não esquecer também o Conde da Praia, a sobremesa típica da Praia da Vitória feita com batata cozida, ovos e canela.
Em todos os momentos da refeição - e que pecado não nos alongarmos nos panadinhos de lula (€16), no atum teriyaki (€16) e nas lapas grelhadas (€19) - Marisa Cota vai sugerindo diferentes vinhos para harmonização, com enfoque nos vinhos terceirenses.
"A Terceira, felizmente, viu a qualidade dos vinhos subir muito. Neste momento já se fazem coisas fantásticas, nomeadamente nos brancos e nos rosés", explica a cara do restaurante. O nosso conselho é muito simples: entregue o leme a Marisa a probabilidade de chegar a bom porto é grande e a de voltar ao O Pescador ainda maior.
O Pescador: Rua Conselheiro José Cardoso, 11, Praia da Vitória, Terceira. Telefone: 295 513 495. Preço médio: €40
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