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Nem sempre cru, nem sempre depurado, nem sempre peixe, nem sempre ramen. A cozinha japonesa vai muito além do sushi, das tempuras e do ramen. As bebidas também não se resumem ao sake e cerveja Sapporo. Nesta gastronomia cabem os pratos saciantes do quotidiano e os menus de degustação mais inventivos: há novos restaurantes em Lisboa que o provam. De agora em diante, não é preciso o duolingo para empregar um omakase, izakaya, edomae ou shochu com propriedade. E no final, claro, arigato.
Para lá dos peixes cortados com mestria, com ar delicado e cerimonioso, há a comida japonesa do dia-a-dia, quente e reconfortante, com os sabores da soja, do mirim ou do saké bem presentes. É esse japonês quotidiano que encontramos no Yoizaru Izakaya, uma espécie de tasca japonesa com menus de almoço ou jantares animados de cocktail na mão. Aqui quer dar-se a conhecer a bebida mais consumida neste tipo de restaurante: o shochu.
A empresa importadora de bebidas japonesas SakeMico quer convencer os Lisboetas a provar esta bebida e abriu, no Príncipe Real, um izakaya. Tradicionalmente, é uma espécie de taberna para o final do dia (e até da noite): com a sua lanterna característica à porta, chama os japoneses para uma comida substancial e apetitosa, servida com copinhos de shochu, um destilado popular feito a partir de ingredientes tão diversos como arroz, batata doce ou até castanha.
A bebida anda por volta dos 20 graus (e pode chegar aos 40), mas a sensatez japonesa manda que se batize com água lisa ou com gás, quente ou fria. No Yoizaru Izakaya esta bebida aromática tem uma curadoria bastante alargada e puxa a boca para os pratinhos quentes: o kara age (a perna de frango marinada e frita), o katsu curry (costeleta de porco frita com caril japonês) ou as tempuras de vegetais. Tudo isto (e ainda os especiais do dia) servidos sobre uma taça de arroz, como manda a lei.
Yoizaru Izakaya. Rua Cecílio de Sousa 85, Lisboa. De segunda a sábado, das 12h às 14h30 e das 18h30 às 23h.
O balcão está posto e, ao lado dos pauzinhos, há uma intrigante tesoura. Ashik Yonjan, chef do Omakase Wa, diz-nos que é preciso esperar pelo fim da refeição para as perceber. É melhor distrairmo-nos com outra coisa e não pensar mais no assunto: por exemplo, na tradição edomae que guia este restaurante.
Na sua origem, em Tóquio no século XIX, esta era uma forma rápida de confecionar e vender ingredientes frescos na rua — uma espécie de fast food elevada pela frescura dos peixes do Porto de Tóquio.
Como dito no nome, aqui é o chef que decide o que se come — omakase significa qualquer coisa como “confio em si”. Nesta sala com referências à arquitetura japonesa feita de madeiras e papel, sentam-se dez pessoas por marcação para um menu de cinco momentos.
Neste restaurante entre a Avenida da Liberdade e a Praça da Alegria, Ashik mantém-se fiel às técnicas de preparação do arroz e do peixe e abre espaço para uma ou duas excentricidades.
Ao longo de pouco mais de uma hora evolui-se de pratos mais ácidos, para começar a salivar, para outros mais gordos, como o luxuoso nigiri de barriga de atum, caviar, wasabi e folha de ouro.
No final da refeição, os cozinheiros apresentam Beni, o bonsai que tem penduradas gomas caseiras de citrinos. É na colheita que entram as tesouras. “A energia que esta árvore recebe ajuda-a a estar sempre feliz”, diz Ashik sobre tratar de um caprichoso bonsai.
Omakase Wa. Travessa do Fala-Só 15B, Lisboa. De terça a sábado, das 19h às 22h.
Estamos nas mãos do chef — seja nos pratos ou na música. Nesta pequena sala das Amoreiras, com lugar apenas para oito clientes, o chef Pedro Binotti e a chefe de sala Luisa Vitorino vão pondo música enquanto servem o jantar no Irú Omakase. É uma espécie de batalha de discos entre os dois que pode ir de pop europeu a funk carioca: a descontração, a conversa solta e as gargalhadas são o ambiente que harmoniza com um menu criativo e provocador.
“Este será sempre um espaço para servirmos o que quisermos”, explica Pedro Binotti, formado em cozinha tradicional japonesa e apaixonado por ingredientes nobres como um lírio ou wagyu. “Só mantemos uma linha de raciocínio: começamos com fumados e grelhados, depois vem uma frescura com um sashimi maturado. Como não é um omakase tradicional, sentimos sempre alguma abertura para servir uma carne”, explica.
Na câmara de maturação vêm-se os peixes que dão um traço bem diferente ao sushi. Chega a conservar atuns por dois ou três meses e assim ganham uma textura e sabores completamente diferentes, mais gordos e firmes. Com eles faz brincadeiras como a carbonara falsa: lula cortada em tiras simulando a massa, um creme de topinambur e cubinhos de atum, na vez no guanciale.
Irú Omakase. Travessa da Fábrica das Sedas 30 B, Lisboa. De terça a sábado, das 19h às 23h.
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