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Em terra de espetadas, quem tem petiscos é rei. Petiscos talvez seja uma palavra curta para os pratinhos gulosos e divertidos que iniciam as refeições dos restaurantes de Júlio Pereira. Em 2019 o Kampo (1 Sol Guia Repsol 2025) abriu na ilha da Madeira para ser um restaurante com música, serviço descomplicado, comida de partilha e bons vinhos. A ideia pegou rápido, abriu outros quatro restaurantes de identidade semelhante e tornou-se mais ou menos uma estrela no Funchal.
A cara do chef e empresário está no rótulo de vinhos, o seu nome assina os restaurantes que inaugura com um “by Júlio Pereira”; tornou-se um empresário com negócios em áreas tão distintas como as broas de mel e doçaria regional (ao comprar a fábrica Chábom), bebidas espirituosas (comprou a fábrica Apiários da Camacha) ou construção civil, com uma pequena empresa que montou para fazer os próprios restaurantes.
“Neste momento, o Júlio Pereira é uma marca em que as pessoas reconhecem qualidade”, diz Carlos Gonçalves, chef que trabalha com Júlio Pereira no desenvolvimento dos restaurantes e menus. “Alguns empresários procuram-no para vender as suas empresas, porque sabem que ele vai continuar os seus negócios tradicionais”, explica. Foi o que aconteceu com a tasca Jaquet que é agora Jaket e faz parte do grupo de restauração de Júlio Pereira.
Vindo do litoral Oeste do continente, da Carvoeira, Júlio Pereira chegou à Madeira e percebeu que é aquilo a que na ilha chamam um vilão, o homem do campo. Foi essa a ideia e partida para o seu primeiro restaurante: o Kampo. Trouxe carnes maturadas especiais, como a rubia galega, o wagyu, e cortes com o chuletón, o t-bone ou a muito amada mendinha, e tratou-os com simplicidade: “Não há que saber, é o produto, o carvão e o tempo de descanso”, como diz Carlos Gonçalves.
A isto juntou-se um ambiente de interação entre a cozinha e a sala, uma cozinha aberta, um serviço animado, música alta e os tais pratos de partilha, os snacks e entradas que se tornaram o ex-libris de um restaurante de Júlio Pereira.
No Kampo, um corneto de atum ou tártaro de novilho são apenas as opções mais sóbrias, porque tudo o resto é tão surpreendente e divertido como o ambiente: serve-se um grande ravioli de rabo de boi num laguinho de mousse de foie gras e trufa, uma bola de berlim com farinheira e cogumelos ou um escalope de foie gras com banana e maracujá.
Com a sala permanentemente cheia desde o início em 2019, Júlio Pereira abriu o Akua pouco tempo depois, dedicado ao peixe e com a mesma ideia e petiscos para partilha; inaugurou o Yuki, de inspiração japonesa, e o Theo’s, devoto da gastronomia portuguesa. A este império da restauração funchalense junta-se agora o Jaket, uma antiga tasca da rua Santa Maria que reabre renovada.
Foi Maria José que durante 37 anos cozinhou os dentinhos que se serviam nesta tasca, “uma referência na vida madeirense”, diz Carlos Gonçalves, que ainda tentou ter a senhora de 67 anos consigo para desenvolver algumas receitas. A ideia era preservá-las integralmente, do espada em vinha d’alhos aos torresmos.
Como não conseguiu foi pela tentativa-erro, sempre dando a provar a quem conheceu bem esta casa. Dizem-lhe, por fim, que acertou: na ardósia à entrada anunciam-se o espada frito, carne em vinha d’alhos, cebolinhas em escabeche e o gaiado de escabeche, mais delicado e menos seco do que outros, para pedir com uma bem equilibrada poncha ou uma cerveja.
Entrar no Jaket não é como entrar no Jaquet. Há sardinhas de loiça penduradas na parede, muita luz e Ana Moura e outras estrelas do novo fado a tocar. Talvez seja mais uma homenagem ao pitoresco de uma tasca, do que uma tasca tradicional, mas os dentinhos com poncha continuam a servir-se com um ovo cozido, como gostavam os antigos clientes, e com palitos em vez de talheres. É uma viagem aos restaurantes populares com a marca Júlio Pereira: para picar e partilhar.
Kampo by Chef Júlio Pereira. R. da Alfândega 74, São Martinho, Funchal. Todos os dias, 12:30–23:00. Telefone: 924 438 080
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