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Quinta de Ventozelo

Quinta de Ventozelo: muito mais do que enoturismo

Ventozelo: uma quinta de luxo com uma Cantina para provar o Douro

11/08/2025

Texto: Catarina Moura

Fotografia: Luís Ferraz

Um hotel e um restaurante onde se vive o Douro tradicional de trabalho e hospitalidade, com miradouros românticos e uma piscina infinita.

Nas primeiras horas da manhã ainda corre um fresco e, por isso, fazem-se umas podas nas laranjeiras ou nas amoreiras. Subimos à cantina, num dos patamares altos da Quinta do Ventozelo. O pequeno-almoço é servido com vista para o grande espetáculo da paisagem do Douro.

Voltamos pelo meio-dia, quando o sol está mais alto do que nunca, as podas têm intervalo para almoço e os trabalhadores descansam debaixo das laranjeiras. A Quinta do Ventozelo é um hotel e um enoturismo, mas antes de tudo isto é uma quinta. Na vinha, no jardim das aromáticas, na horta e até à mesa, o que anima esta terra são aqueles que a trabalham.

A piscina infinita com vista para o Douro é um dos ícones deste hotel
A piscina infinita com vista para o Douro é um dos ícones deste hotel

Há sempre muito a acontecer nestes 400 hectares com vista para o Pinhão. O nome deste alojamento denuncia-o: Ventozelo Hotel & Quinta. Chegar a esta propriedade da Granvinhos é ser recebido como já foi tradicional nas quintas do Douro: no meio da atividade contínua e com uma grande travessa de arroz de favas ou tomate, conforme a altura do ano.

O restaurante Cantina de Ventozelo é uma espécie de ponto de fuga da propriedade. Quando viramos as costas ao rio, o olhar converge para o grande edifício, onde já almoçavam os trabalhadores da quinta no século passado. Agora dão-se os almoços e jantares com o que é colhido na horta, um patamar abaixo.

Entre os produtos locais à mesa estão os peixes de rio, como a truta
Entre os produtos locais à mesa estão os peixes de rio, como a truta

José Guedes, o chef, é discípulo de Miguel Castro e Silva, nome incontornável da construção de uma cozinha portuguesa contemporânea, mas o almoço aqui é cozinha tradicional (de dia de festa, claro).

A vontade de apresentar uma experiência real da vida de uma quinta duriense era tão forte que, na abertura deste restaurante, o almoço só tinha uma sopa de substância, um prato de peixe e um de carne, tudo em doses de travessa.

A horta é que sabe

Ao almoço, o menu vai mudando com a estação e é mais direto ao assunto, com uma massa meada com legumes, arroz de peixes do rio ou javali estufado. É ao jantar que o ambiente se requinta — as mesas ganham toalhas e luzes baixas — e serve-se uma versão contemporânea do produto local, seja nuns cuscos de Vinhais com cogumelos e ovo, numa salada de beterraba, queijo de urtigas e amêndoa ou numa truta curada com escabeche de legumes da horta.

A horta fornece o restaurante, mesmo ali ao lado
A horta fornece o restaurante, mesmo ali ao lado

Quando o menu parece querer dar-nos um prato mais rústico, como vitela com puré ou bacalhau com migas de grão e couve, José Guedes aromatiza o puré com açafrão e serve o bacalhau com uma emulsão de ervas. “É complexidade com o traço português e da horta”, resume o cozinheiro.

A horta é, de facto, a estrela das refeições na Cantina do Ventozelo. Descendo umas escadas da varanda do restaurante, entra-se pelo laranjal onde agora crescem também amoreiras para construir sombra. Esta foi a opção do arquiteto paisagista, João Bicho, para manter as árvores existentes e fazer a passagem para uma horta em quatro patamares.

O chef José Guedes é o responsável pela Cantina do Ventozelo
O chef José Guedes é o responsável pela Cantina do Ventozelo

“O segredo foi ler o local e não levar o projeto à risca. Havia um conceito de horta e a ideia foi usar a pré-existência”, explica João Bicho. Por isto não se deitou a abaixo um muro — plantaram-se figueiras à sua frente para o tapar e servirem e proteção — e escolheu-se uma passagem de água já existente nesta área para as culturas de tomate coração de boi (uma pepita do Douro), todo o tipo de couves e folhas verdes, beterrabas e courgetes, morangos, e o que se queira mais.

Todas convivem com flores que chamam polinizadores, mas também afastam pragas. A vantagem revela-se em dose tripla, percebemo-lo ao provar ao pequeno-almoço o mel das abelhas do Ventozelo.

As abelhas só fazem bem

Marco e Cristina Sousa tratam das cerca de 100 mil abelhas e entregam uma parte do mel que produzem ao Ventozelo. Já o pai de Cristina, Fernando Jesus, de quem herdaram as abelhas e o ofício, fazia o mesmo neste terreno há 30 anos, antes da quinta ser comprada pela Granvinhos, em 2014.

O passeio de jipe pela propriedade é uma das atividades disponibilizadas pela Quinta do Ventozelo
O passeio de jipe pela propriedade é uma das atividades disponibilizadas pela Quinta do Ventozelo

Hoje o trabalho na quinta é cada vez mais, o casal está prestes a ganhar novas colmeias para criar e assim vai aumentando a produção de mel de rosmaninho, silva ou esteva. As abelhas que continuam a laborar estão mesmo aqui ao lado e estes apicultores juram que não fazem mal. É outra forma de provar o território e que vai além dos vinhos, matéria que é sempre a mais expectável por aqui.

“Sempre que vejo que há uma coisa nova na quinta penso: o que fazemos com isto? Temos de aproveitar”, diz João Paulo Magalhães, diretor do hotel, enquanto guia um jipe às alturas das vinhas, de onde a vista sobre as curvas do Douro se supera.

Os quartos ficam nos antigos edifícios da quinta
Os quartos ficam nos antigos edifícios da quinta

De facto, este hotel parece querer ser mais do que a vista da piscina infinita e o conforto dos 29 quartos instalados nos edifícios originais da quinta: há uma mercearia com os vinhos da quinta — vários monocastas, o que é relativamente raro nesta região —, com azeites, o mel e chás cultivados no terreno.

Num centro interpretativo conta-se a história da região do Douro a partir da história desta quinta com mais de 500 anos; nos quartos há sabonetes com os cheiros do Ventozelo, inspirados das flores do espaço. É o “luxo do simples”, resume o diretor deste enoturismo.

Aos domingos, acende-se o forno a lenha para almoços de família
Aos domingos, acende-se o forno a lenha para almoços de família

Nesta recente encarnação em hotel, a quinta está viva. É verdade que se embelezou para receber, com quantos bancos em zonas de miradouro e pérgolas em pequenas clareiras onde fazer piqueniques e mergulhar no rio.

No entanto, o trabalho agrícola continua e são ainda os trabalhadores com os seus ritmos quem marca o passar do dia e das estações. Com paragem ao domingo, claro, para os clássicos dos almoços de família — o polvo, o cabrito e o bacalhau, às vezes no forno a lenha.

Cantina de Ventozelo: Quinta do Ventozelo, Ervedosa do Douro. Todos os dias, das 12h30 às 15h e das 19h30 às 22h. Tel.: 254 249 670.