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Provas de azeite alentejano

Provas de azeite alentejano

Na Casa Relvas, estar com os azeites é bom sinal

Atualizada: 10/12/2025

Texto: Clara Silva

Fotografia: Ana Brígida

O olivoturismo é a nova aposta do produtor alentejano. Até ao fim do mês, a campanha da azeitona tem visitas ao lagar e provas na Vidigueira.

Quem está habituado a provas de vinhos, pode estranhar os copos usados nas provas de azeite. Pequenos, arredondados, de vidro azul-escuro, quase a fazer lembrar castiçais. Os rituais são, aliás, em quase tudo opostos aos de uma prova de vinhos.

Em vez de evitar aquecer a bebida, o copo da prova de azeite deve ser aquecido com as mãos e tapado. “Se cheirarmos frio, o azeite não cheira a quase nada”, explica Henrique Herculano, o responsável pelo lagar da Casa Relvas na Herdade dos Pisões, na Vidigueira.

Os primeiros olivais da Casa Relvas foram plantados em 2017
Os primeiros olivais da Casa Relvas foram plantados em 2017

Aprender a apurar estes sentidos para o azeite e ver como se produz na Casa Relvas é possível todo o ano, mas o inverno até ao fim do ano é a época de excelência das visitas ao lagar e das provas. Está a decorrer a campanha da azeitona: vemos todo processo acontecer à nossa frente.

Os truques de uma prova de azeite

A temperatura ideal de prova são 28 graus – “o mesmo azeite a 10 e a 30 graus tem aromas diferentes”, continua Henrique – e não é preciso cheirar o copo muitas vezes, até “para não perder os voláteis”. “Uma ou duas vezes, não mais”, adverte. “Não vale a pena procurar: as primeiras sensações [no nariz] são as mais corretas.”

O copo de prova azul também não é um acaso. É um truque para não nos deixarmos influenciar pela aparência do azeite. “Se virmos um azeite muito verde, estamos predispostos a achar que é amargo ou que é picante”, sublinha Henrique.

Uma prova de azeite é uma oportunidade para aprender sobre este produto tão comum e tão desconhecido
Uma prova de azeite é uma oportunidade para aprender sobre este produto tão comum e tão desconhecido

Ao nosso lado, há quem seja simplista depois de levar o azeite à boca: “Sabe-me só a azeitona.” Mas há quem tenha a lição estudada: banana verde, erva acabada de cortar ou rama de tomate – tudo descrições que fazem parte do léxico das provas de azeite, uma atividade que, desde o ano passado, tem vindo a ganhar popularidade na Casa Relvas.

A aposta no olivoturismo

Há cinco gerações que a empresa familiar está ligada à agricultura, diz António Relvas, o responsável pelo projeto do olival e pela área agrícola. No entanto, foram os vinhos que os tornaram conhecidos, sobretudo depois do seu pai, Alexandre Relvas, ter comprado a Herdade de São Miguel, em São Miguel de Machede, no concelho de Redondo, em 1997, e plantado as primeiras vinhas anos mais tarde. “Devagarinho, começou a crescer o que é a Casa Relvas hoje em dia”, diz. “Vendíamos 20 mil garrafas [de vinho] no primeiro ano, que é o que hoje vendemos por dia.”

A campanha da azeitona acontece durante o inverno, até ao final do ano
A campanha da azeitona acontece durante o inverno, até ao final do ano

O negócio do azeite começou a crescer em 2016, quando António se juntou à empresa para “desenvolver novas oportunidades de negócio e investir mais no olival”, conta. Os primeiros olivais foram plantados em 2017 e hoje já são 543 hectares espalhados pelas várias herdades no Alentejo, em Redondo e na Vidigueira.

Foi, aliás, na Vidigueira, na Herdade dos Pisões, que em 2022 decidiram investir num lagar para concentrar toda a produção de azeite da empresa. “Começámos com um lagar para cinco milhões de quilos de azeitona e fomos expandindo”, diz António. “Neste momento temos capacidade para 30 milhões de quilos por campanha.”

Henrique Herculano é o responsável pelo lagar da Casa Relvas na Herdade dos Pisões
Henrique Herculano é o responsável pelo lagar da Casa Relvas na Herdade dos Pisões

A campanha começou no início de outubro e dura, normalmente, até ao Natal. Depois disso, o moderno lagar produz azeite para outros clientes no Alentejo. É nesta altura, durante a azáfama da produção, que as visitas ao lagar se tornam mais interessantes, embora funcionem durante todo o ano com várias atividades, de provas a piqueniques.

“Temos apostado muito no enoturismo, tem corrido bem e achámos que fazia sentido apostar no olivoturismo”, explica António Relvas. “Toda a gente consome azeite, mas sabe-se muito pouco sobre ele e achamos que há mercado para isso.

Da apanha ao lagar: um processo que se pode acompanhar

Durante a campanha é possível ir ao campo ver as máquinas agrícolas na colheita e aprender mais sobre as variedades plantadas na Vidigueira: arbequina e arbosana, as azeitonas que melhor se adaptam ao olival em sebe.

“Em sebe, os produtos e a água são usados de forma mais eficiente”, continua António. “E isso tem vantagens para a azeitona, a colheita é mais rápida e a azeitona é moída mais fresca. Ao contrário do vinho, a partir do momento em que é colhida, a azeitona começa logo a perder qualidade.”

António Relvas é a quinta geração da Casa Relvas e o responsável pelo projeto do olival.
António Relvas é a quinta geração da Casa Relvas e o responsável pelo projeto do olival.

No lagar, equipado com 534 painéis solares para reduzir consumos, o processo é acompanhado desde que a azeitona entra e é encaminhada para máquinas de limpeza, onde as folhas e ramos são removidos, até ser depois transformada em massa e ligeiramente aquecida. “Ou arrefecida, logo no início da campanha, para temperaturas entre os 26 e 29 graus”, explica Henrique Herculano, responsável pelo lagar.

É bombeada, depois, para cilindros que fazem lembrar uma máquina de lavar e que tem o mesmo princípio: “um tambor que gira a alta velocidade” e que vai criar três camadas, com o bagaço e a água de vegetação. O azeite, a parte menos densa, aparecerá no anel central da máquina.

A loja da marca, na Herdade dos Pisões, é a entrada para a sala onde decorrem as provas de azeite
A loja da marca, na Herdade dos Pisões, é a entrada para a sala onde decorrem as provas de azeite

Depois disso, o azeite ainda passa por uma centrifugação e por uma decantação grosseira até ser analisado e chegar aos depósitos de armazenamento. Os resíduos do processo são usados para compostagem.

Este ano, a produção deverá ser semelhante à do ano passado: 3500 toneladas de azeite.

Provas de azeites, almoço e vinhos

As visitas ao lagar acabam no andar de cima, numa moderna sala com vista para o olival, onde é possível experimentar os três azeites virgem extra da Casa Relvas: o Segredos de São Miguel (5.30 euros), “um azeite todo-o-terreno, para o consumo no dia-a-dia”, descreve António Relvas, o biológico ART.TERRA (15 euros) e o premium Casa Relvas (17.50 euros), uma edição limitada que é um blend dos melhores azeites selecionados em cada colheita.

Juntar à visita ao olival um almoço genuinamente alentejano, como umas bochechas de porco, é uma opção dos programas de olivoturismo
Juntar à visita ao olival um almoço genuinamente alentejano, como umas bochechas de porco, é uma opção dos programas de olivoturismo

Por opção, é possível também complementar a prova técnica de azeites com experiências personalizadas, provas de vinhos da Casa Relvas e também com um almoço alentejano preparado por uma cozinheira local com pratos como sopa de cação ou bochechas de porco estufadas.

Lagar da Casa Relvas, Selmes, Vidigueira. Segunda a sexta-feira, 10.00-17.00. Fins-de-semana, feriados e outros horários sob consulta. Marcações de visita com 48h de antecedência. Reservas: 911 120 937