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Para tirar o máximo partido desta rota, o Guia Repsol Portugal e o Guia Repsol Espanha sugerem 10 paragens que considera obrigatórias.

10 paragens obrigatórias no Caminho Português de Santiago

Um caminho que une dois países

09/09/2025

Texto: João da Ponte, Eduardo Sánchez

Fotografia: vários

Para tirar o máximo partido desta rota, o Guia Repsol Portugal e o Guia Repsol Espanha sugerem 10 paragens que considera obrigatórias.

Este verão voltou a registar um número recorde de peregrinos no Caminho Português de Santiago, que se consolida cada vez mais como a segunda alternativa jacobina à obtenção do certificado de peregrino. Há quem diga que, brevemente, esta rota que liga Portugal a Santiago de Compostela ao longo da costa atlântica poderá ultrapassar o tradicional Caminho Francês a norte.

O Caminho Português, que liga Lisboa a Santiago de Compostela, foi percorrido há 700 anos pela rainha Isabel de Portugal e Aragão, conhecida como A Peregrina. Atualmente, esta rota é transitada por milhares de peregrinos com as suas conchas à volta do pescoço, mochilas às costas e bengalas a guiar um caminho marcado pela água, sob a forma de rios, riachos, cascatas e de imprevisíveis ondas atlânticas. Apresentamos 10 paragens e dicas obrigatórias para aproveitar ao máximo o Caminho Português.

1. Um pé na Sé do Porto e os olhos num cachorrinho

É aqui que começa a mais percorrida roda dos Caminho de Santiago com ponto de partida em Portugal. No Porto, cidade de pedra e de gente, mais particularmente na Sé, altaneira, com mirada larga e o Douro aos pés. É um sinal: o que está por vir é sinuoso, é agreste, mas também é quente, reconfortante, uma construção de memórias difícil de igualar. O peregrino sabe, mas nunca é de mais lembrar: se a Sé é monumento a visitar antes de lançar a passada ao caminho, o que também merece paragem é o abastecimento inicial.

Duas sugestões na cidade grande, para estômagos de diferentes vontades. O Gazela, mais do que famoso, essencial, com os cachorrinhos que a concorrência nunca conseguiu equiparar. Ou as propostas desafiantes e reconfortantes do Espécie, mesa vegetariana que junta todos em volta de uma cozinha que é também uma celebração. Depois disto, sim, é tempo de avançar.

Cervejaria Gazela. Travessa do Cimo da Vila, 4, 4000-434, Porto. Telefone: 221 124 981. De segunda a sábado, das 12h às 22h30. Fecha à segunda-feira.

Espécie. Rua da Picaria 84, 4050-477 Porto. Telefone: 967 336 147. Todos os dias, das 12h30 às 23h.

2. Descobrir as histórias do Minho clássico

Ao chegar a Barcelos, vai jurar estar noutro mundo. Pelo menos, vai ter a certeza que está noutro tempo. A Ponte Medieval, a Torre da Porta Nova, o Bom Jesus da Cruz, o Campo da Feira, o Passeio dos Assentos, o Solar dos Pinheiros, a casa da Azenha. Não vai ser fácil manter o foco na missão que tomou.

Ponte medieval sobre o rio Cávado, ruínas do Palácio do Conde de Barcelos e a Igreja de Santa Maria Maior, ao fundo.  Foto: Istockphoto.
Ponte medieval sobre o rio Cávado, ruínas do Palácio do Conde de Barcelos e a Igreja de Santa Maria Maior, ao fundo. Foto: © Halley Oliveira

A peregrinação deve continuar, mas guarde nos desejos futuros a obrigação de regressar à cidade que é muito mais do que um galo típico. Está construída sobre História, mas faz-se de modernidade e de — ora nem mais — boa comida. Dissemos boa? Elevemos o termo.

Tomemos como referência a Casa dos Arcos. É como entrar na casa de gente que há séculos guarda segredos gastronómicos, para depois sermos assoberbados pelos paladares do mais robusto, sumptuoso e delicioso Minho. Avance, mas só depois de parar aqui.

Casa dos Arcos. Rua dos Duques de Bragança, 185, 4750-272 Barcelos. Telefone: 253 826 265. De quarta a segunda, das 12h às 15h30 e das 19h às 22h30. Fecha à terça-feira.

3. O rio Lima passa pelo melhor bacalhau

É caso para dizê-lo, sem timidez: parabéns. Parabéns por ter chegado a Ponte de Lima. Parabéns porque percorreu já todos estes quilómetros. Mas parabéns também por estar nesta vila, delicada e decidida. Plantada à beira do Lima, com a ponte romana e medieval a servir de entrada quase mítica, esta é terra de solares e igrejas, de campo e granito, de cultivo e de gado, de 900 anos de história cumpridos precisamente neste 2025.

O Alto Minho está aqui representado nos mercados e nas feiras, no vinho verde e no Vira de todas as cores. E está também à mesa. Para uma prova minhota de excelência, passe pela Taberna do Afonso (recomendado pelo Guia Repso Portugal 2025) e escolha ou Bacalhau na Brasa de Lenha (o forno está lá e não engana) ou o Lombo de Boi - ou ambos. Depois é fazer-se ao caminho novamente. Terá forças, não se engane.

Taberna do Afonso. EM1270 1, 4990-680 Poiares. Telefone: 965 227 056. Das 12h às 15h e das 19h às 22h. Fecha ao domingo e à segunda.

4. Descansar em Rubiães, uma aldeia de peregrinos

Para muitos, Rubiães é apenas um nome divertido, como são tantos que não conhecemos, de sítios que nunca visitámos. Para outros, talvez seja facilmente assinalável como uma freguesia do alto Minho, pertencente ao distrito de Viana do Castelo. Uns quantos talvez reconheçam a terra em questão, talvez recordem uma estadia ou outra naquela zona, porque porque ali ficaram alojados em dias de festival de Paredes de Coura.

É o rio com o mesmo nome que dá vida ao local. É sobre este leito que se deita uma das muitas pontes romanas daquela zona. É também aqui que fica um dos mais conhecidos albergues de peregrinos que seguem a caminho de Santiago. Todas estas, todas juntas, são razões mais do que suficientes para lhe darmos importância, sobretudo nesta ideia de romaria. Mas registemos aqui os ingredientes fundamentais: sarrabulho e bacalhau. Pergunte sobre eles no Bom Retiro ou no Café Jaime.

Bom Retiro. Rubiães, 4940-681 Viana do Castelo. Telefone: 251 941 245. Todos os dias, das 12h às 20h30.

Café do Jaime. EN201 346, 4940-132 Viana do Castelo. Telefone: 251 782 209. Das 07h às 20h. Domingos, das 07 às 12h.

5. Torre da Lapela: desta fortaleza vê-se o mundo

É uma terra fronteiriça. Daqui vê-se o resto do mundo para lá do rio Minho, que é o mesmo que dizer que se avistam terras de Espanha. Para quem vai em peregrinação, Valença tem carimbo de objetivo meio cumprido, de meta obrigatória antes do destino final. Mas é bem mais do que isso. A ponte para carros e comboios é digna de cenário cinematográfico (isto que ali se vê não é só uma ponte, confiem).

Vista aérea de Valença do Minho (Portugal). Foto: Istockphoto.
Vista aérea de Valença do Minho (Portugal). Foto: © Elentir

A Torre de Lapela é um conto de fadas e batalhas tornado realidade. A fortaleza é personalidade desta terra assente em pedra, que serpenteia, protegeu os históricos e convida agora os visitantes a um passeio de charme, recheado de pequenos grandes estabelecimentos, tradição, artesanato e sentidos paladares. Já que falamos nestes últimos: os da Casa Álvaro são inevitáveis. As costelinhas, o bacalhau e o frango no churrasco: é isto que precisa de ter em conta. E depois, rumo a Santiago.

Casa Álvaro. Rua da Oliveira da Mosca, Ganfei, 4930-360 Valença. Telefone: 251 822 365. Das 12h30 às 14h45 e das 20h às 21h45 (ao domingo só serve almoços). Fecha à segunda-feira.

6. Uma ponte para unir dois países irmãos

Será um dos momentos mais emocionantes ao longo do caminho. O peregrino entra profundamente em terras galegas, sentindo Santiago cada vez mais perto. Atravessar a Ponte Internacional de Tui-Valença é um gesto de irmanamento entre os dois países que partilham esta rota.

Uma lenda urbana afirma que estes 400 metros que atravessam o leito do rio Minho são autoria de Gustave Eiffel, mas o criador desta estrutura de pedra e aço em treliça foi o espanhol Pelayo Mancebo y Ágredaé, que concebeu um cenário perfeito para preencher albúns de fotografias e memórias. Antes de deixar Tui, aconselhamos uma visita ao convento de clarissas Las Encerradas para comprar amêndoas, pães de coco e doces confecionados pelas freiras de clausura.

7. A variante da costa

Em 2011, foi aberta uma variante do Caminho Português que permite usufruir mais da paisagem costeira atlântica. A entrada na Galiza passa por A Guarda, onde veremos o magnético Monte Santa Tegra cujo cume alberga vestígios de povoações milenares, antes de subirmos em direção ao estuário de Vigo, sempre na companhia das ondas.

Às vezes os peregrinos aproveitam para se banhar por baixo da Ponte de la Ramallosa. Foto: Alfredo Cáliz.
Às vezes os peregrinos aproveitam para se banhar por baixo da Ponte de la Ramallosa. Foto: Alfredo Cáliz

Visitaremos as cidades de Oia, onde se ergue o mosteiro cisterciense de Santa Maria; a bela Baiona, que teve o privilégio de ser a primeira cidade do velho mundo a receber as notícias do novo, ou não fosse aqui que atracou a nau La Pinta, no dia 1 de março de 1493; e Nigrán, com a ponte de San Pedro de Ramallosa ao fundo, que costuma passar despercebida pelos peregrinos que caminham pela N-552, e que encerra uma curiosa tradição de batismo pagão pré-natal.

As mulheres grávidas que tivessem sofrido abortos ou problemas para engravidar deviam esperar pela primeira pessoa que atravessasse a ponte depois de o relógio marcar meia-noite. Essa pessoa seria a encarregada de batizar o bebé desejado. Depois disso, a família convidava a pessoa para jantar e o incauto voluntário tornava-se padrinho ou madrinha da nova criança. Este rito era praticado até recentemente.

8. À conversa com Tino Lores

Não é por acaso que é conhecida como a Cidade Amigável, projetada para o prazer dos peões. É obrigatório dedicar um longo dia a passear pelas ruas e praças de Pontevedra. Entre nas lojas de artesanato, nos bares ou no santuário da Virgem Peregrina, construído em forma de vieira em finais do século XVIII e que alberga a imagem da padroeira do Caminho Português e desta província galega, A Peregrina.

Se tivermos sorte, podemos encontrar-nos com Tino Lores numa rua da cidade ou no albergue de Otero Pedrayo. Há três décadas que Lores promove esta variante do Caminho, sendo também presidente da Associação Amigos do Caminho Português. Vestido com o seu chapéu de aba e o cachecol à volta do pescoço, Lores é uma fonte de conhecimento inesgotável sobre os segredos e histórias deste percurso, bem como dos milhares de peregrinos que conheceu e desta cidade pela qual é apaixonado.

9. Polvo à galega, ‘xoubas’ (sardinhas) e pimentos em ‘O Muiño’

O Caminho não é apenas um percurso místico, de reencontro pessoal, de confraternização com outros peregrinos... Está cheio de tentações, às quais é muito difícil resistir. Estamos a falar das opções gastronómicas oferecidas nas tabernas e restaurantes, onde ganham protagonismo o polvo à galega, o marisco fresco, as xoubas (sardinhas) e os pimentos Padrón.

O polvo “à feira” é o protagonista de muitos restaurantes do Caminho de Santiago. Foto: Alfredo Cáliz.
O polvo “à feira” é o protagonista de muitos restaurantes do Caminho de Santiago. Foto: Alfredo Cáliz.

A popular Bola de Berlim, apesar de não ser tradicional do Alentejo, faz parte da cultura portuguesa, diz o chef, daí que faça parte do menu. “E aqui estamos perto das praias, por isso decidi pegar no conceito e fazer uma versão salgada, com polvo e pó de algas por cima.”

O Muiño (Solete Guia Repsol Espanha) foi um moinho até 1955. Vinte anos depois, José Luis Goldar assumiu as rédeas deste espaço às margens do rio Umía, em Caldas de Reis. Aqui foi filmado um anúncio lendário com o escritor espanhol Camilo José Cela para o Guia Campsa (hoje Repsol), e aqui continuam a ser servidos pratos deliciosos de polvo, lulas, chocos, mexilhões em escabeche, lingueirão, vieiras e muito mais. O pão, nas suas versões de trigo, milho e centeio, tem muitos devotos e é preparado numa padaria em Villagarcía de Arousa.

10. Visita ao Monte Santiaguiño antes de chegar a Santiago

Padrón contém a essência de todos os Caminhos. Aqui ficava o porto de Murgadán, os rios Sar e Ulla ainda eram navegáveis e aqui chegavam barcos e amarravam-se botes aos pontões do cais, como o que hoje se conserva no altar da Igreja de Santiago Apóstolo de Padrón.

Acredita-se piamente que os discípulos de Tiago, o Grande, trouxeram os restos mortais do apóstolo para este porto. A lendária Rainha Loba concedeu a Atanásio e Teodoro uma carroça puxada por bois para tirar Santiago da cidade e enterrar os seus restos mortais na floresta de Libredón. Quase 800 anos depois, um eremita chamado Pelaio descobriu o túmulo, tendo o rei Afonso II das Astúrias ordenado a construção de uma pequena capela que acabaria por se tornar, em 1076 e sob o reinado de Afonso VI, a atual catedral de Santiago de Compostela.

A lenda passa-se no Monte Santiaguiño, lugar onde o apóstolo terá pregado pela primeira vez.
A lenda passa-se no Monte Santiaguiño, lugar onde o apóstolo terá pregado pela primeira vez

Antes de embarcar no último troço que leva à Praça Obradoiro, vale a pena fazer uma visita ao Monte Santiaguiño, onde, segundo a lenda, o apóstolo pregou os Evangelhos durante a sua estadia em Hispânia. Entre castanheiros, pinheiros e carvalhos ergue-se um pequeno monte de pedras com cruzes gravadas; foi nestas cavidades que Santiago se escondeu de quem o perseguia. É curioso que as pedras não tenham nome, mas as cavidades sim: Inferno, Céu e Purgatório.

Xtian. Vermelho, Rua Dr. Evaristo Sousa Gago, 2, Melides. Todos os dias, 12h-15h30, 19h-22h30. Telefone: 915 280 511