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A entrada do Cascade Wellness Resort, um hotel de cinco estrelas no Algarve, impressiona pela sua grandiosidade e pela vista para a piscina, mas é numa sala pequena, com uma ampla janela para o mar, que o luxo se revela verdadeiramente: ingredientes autênticos, histórias contadas através de técnicas do mundo, sem perder a maré às raízes portuguesas. Estamos no restaurante Senses, em Lagos.
Com naturalidade, Diogo Pereira, apresenta pratos de ligações arrojadas e cheias de sentido: “Cozinhamos com honestidade. Não criamos narrativas artificiais nem discursos complexos. Contamos histórias reais, com sabores verdadeiros e ingredientes de excelência”.
Se a simplicidade que este chef procura nos ingredientes vem das suas raízes algarvias, já a curiosidade e o sentido de partilha nasceram na sua família multicultural: “A minha família é uma miscelânea… A minha mãe é algarvia, a minha avó angolana, a minha mulher australiana e a minha sogra timorense. Somos uma família do mundo, mas, sempre que possível, juntamo-nos à mesa — é o nosso lugar de partilha e entendimento”.
Nos almoços que se estendem a lanches e acabam em jantares, permanecem sabores que moldaram profundamente o chef: carapaus alimados, ervilhas com ovos, sopa de tomate, sardinhas albardadas ou feijão com couve. Mas há um prato que mais simboliza o seu lar: lulas recheadas.
Nascido e criado em Faro e formado na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, Diogo Pereira, começou em hotéis e restaurantes de referência da região, explorando, mais tarde, novos horizontes em Itália, Brasil e Venezuela. O gosto pela partilha levou-o também a dar formação - uma parte do seu trabalho que lhe traz ainda mais conhecimento para a cozinha, afirma.
A sua viagem de mar em mar trouxe-o a Lagos, ponto de partida de todos os navegadores. Há nove anos, assumiu o cargo de chef-executivo do fine dining Senses, supervisionando também os restantes espaços gastronómicos do hotel - The Gastro-Pub, o Lighthouse Bar e o Mundi Restaurant.
O Senses é um espaço exclusivo, onde os menus de degustação mudam diariamente, consoante o que chega fresco dos produtores. Na surpresa, a linha condutora mantém-se firme: uma portugalidade aberta ao mundo. Entre uma rabanada de gamba da costa, um nigiri de carapau ou uma cenoura algarvia com amendoim, surgem sabores familiares que contam novas histórias.
Rostos como o Roberto, da Queijaria Avó Deolinda, em Sagres, o Rui, da Oysters Experience, no Alvor, ou o João Costa e a Mónica do Amendoim do Rogil, aparecem várias vezes ao longo do jantar. Segundo o chef, para compreender profundamente a sua cozinha é preciso olhar além do seu umbigo, ir à origem dos produtos, conhecendo quem está por detrás de cada ingrediente.
As terras férteis do Rogil, em Aljezur, são capazes de muito mais do que a sua famosa batata-doce. Foi nesse terreno de possibilidades, que João Costa, do Amendoim do Rogil, encontrou inspiração para produzir amendoim. Trabalhava há 20 anos em empresas agrícolas estrangeiras e sentia o trabalho limitado, mas a curiosidade falou mais alto: “Queria fazer o que o resto do mundo não faz”, explica.
À mesa do Senses, o trabalho deste e de tantos outros produtores locais é reconhecido e valorizado, numa experiência que apela ao luxo, mas está ao alcance de todos. Diogo e a sua equipa constroem pratos com base no respeito e na essência de cada projeto e ingrediente: “Não envaidecemos nada, porque o que recebemos já é belo e cheio de sabor. Há bons vinhos, bons produtos e combinações que fazem sentido. Acreditamos que um ingrediente de excelência não precisa ser o mais caro ou conhecido. Servimos verdadeiras ervilhas com ovos — e isso, por si só, já nos distingue”.
O pregado com pezinhos de leitão de coentrada, puré de salsicha e xerém é já uma das especialidades da casa - e o prato que melhor traduz esta cozinha: “Tenho uma paixão especial por peixe e marisco: desafiam-me constantemente e obrigam-nos a respeitar o produto e a extrair dele o melhor, de forma honesta”.
Aberto apenas ao jantar e com capacidade para 15 pessoas, o Senses é um projeto construído diariamente, mesa a mesa. O futuro aponta para uma experiência ainda mais exclusiva e o chef já começa a sonhar: “Imagino um Senses renovado, talvez com menos lugares e ainda mais português - recuperando receitas antigas e estreitando ainda mais a nossa relação com os produtos locais. Para já, o objetivo é simples: servir bem e fazer as pessoas felizes”.
Senses. Cascade Wellness Resort. Rua das Ilhas, 8600-513, Lagos. Aberto de sexta a terça-feira, das 19h às 22h. Telefone: 282 771 500
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