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A abóbora nasceu na América do Sul e espalhou-se pelo mundo, de tal maneira que só na Antártida é que não é possível encontrar a dita. Serve para muita coisa: para dar de comer aos animais, para decorar o Dia das Bruxas, para inspirar autores de histórias infantis.
Mas, vai-se a ver, e também serve para comer. E não pensem que é coisa que usamos para fazer sopa, só pela metade, porque a casca é grossa e as pevides são muitas.
Deixemo-nos de preconceitos e mergulhemos nas possibilidades de um ingrediente que tem muito para contar e ainda mais para provar. Deixamos sete sugestões:
Haverá alguém que tenha coragem de dizer que, só pelo nome, não valia a pena partir rumo à aventura para perceber de que falamos quando falamos de Coelho na Abóbora? Só pelo nome, já merece tudo. E diz quem por lá já passou que a fama nasce daquilo que é servido à mesa. O dito coelho é colocado dentro da abóbora em questão e vai ao forno, em vez de cozinhar num panelão, num tabuleiro, num pote ou seja onde for.
É uma questão de atitude, que é palavra que conta muito na cozinha, tanto na arte do fabrico como no dom do consumo. Mas se tudo isto acontece numa abóbora, e não no interior de outra graça comestível, por alguma razão é. E o sabor está lá para explicar porquê.
Ainda assim, se a abóbora não for sua amiga, saiba que o Chico Elias, a servir há mais de 60 anos, é um templo de Tomar e da gastronomia tradicional. Opções não faltam (mas, pelo menos, tire uma fotografia à abóbora antes que o coelho acabe).
Chico Elias. Rua Conde de Tomar 92A, Tomar; Telefone: 249 311 067; Sexta e domingo, das 12h30 às 16h; sábado, das 12h30 às 23h.
Nunca uma tarte é “apenas” uma tarte — “apenas” é, aliás, palavra que devia ser proibida na cozinha. Mas comecemos pelo princípio. E o princípio aqui é o Ajitama, o restaurante lisboeta que ajudou — e muito — a fazer do ramen uma moda, um hábito, um gosto costumeiro, bem para lá da admiração exótica do caldo mágico vindo do oriente.
E é na casa criada por António Carvalhão e João Ferreira que se serve outra iguaria japonesa: a tarte de abóbora de Hokkaido. Esta última palavra, bonita e musical, é a segunda maior ilha do Japão. E o que é que se dá por ali? Ora nem mais: uma abóbora particular, sobretudo porque é mais pequena, muito alaranjada e com uma casca mais fina do que o habitual.
É também muito popular no continente americano, onde cresce há milénios (mesmo), mas no Ajitama é a variedade japonesa que contribui para uma tarte que parece mais uma queijada.
Ajitama. Av. Duque de Loulé 36, Lisboa; Telefone: 967 761 997; Das 12h às 00h.
A simplicidade tem muito que se lhe diga. Um ovo cozido tem uma margem de erro enorme num espaço de 4 minutos. Um café expresso pode ser tudo e o seu contrário. E o requeijão com doce de abóbora, tão fácil de acertar e tão provável de ser esquecível. Ora fica o compromisso aqui escrito: na Cozinha do Manel, o requeijão com doce de abóbora é o que é suposto — um mimo, uma sorte, um encanto, um prazer.
Porque, como tudo nesta casa, é feito com carinho e tradição (é um Portugal à mesa nesta morada do Porto como é raro encontrar). E depois, porque os ingredientes são os melhores, o que tende a facilitar a missão de transformar o que é simples em coisa memorável. É assim de tal forma que faz parte do menu, num mundo encantado das sobremesas. Um privilégio.
Cozinha do Manel. Rua do Heroísmo 215, Porto; Telefone: 919 787 598; Das 12h30 às 15h e das 19h30 às 22h. Fecha à segunda-feira.
Há muitas coisas que tratam de deixar O Nobre (1 Sol Guia Repsol 2025) na memória e no palato. A casa é feita de requinte, mas daquele que poderíamos encontrar na casa dos avós, nossos ou de outros: aqui há conforto e à-vontade com cachet, como dizem os dos imóveis.
Depois, o serviço, no ponto, no alvo, certo, certeiro e certificado pelo homem que é uma das metades responsáveis pelo sucesso deste restaurante que é quase uma lenda. E, claro, a outra metade, Justa, repleta de nobreza, chef de cozinha e de simpatias, corações ao alto entre a sopa de santola (mais famosa que “eu-sei-lá”, com legitimidade) e o cozido à portuguesa.
Atalhamos para as sobremesas, caso contrário ficamos aqui a elencar delícias e não nos levantamos mais. É nos doces que está o fondant de abóbora. “Como assim”, perguntam vocês? Fácil fácil: imaginem um petit gateau, um bolinho, mas que habitualmente é feito de chocolate. Aqui é uma almofadinha doce de abóbora, um carinho para comer à colher, um beijo repenicado feito de açúcar. Vale cada pedacinho.
O Nobre. Av. Sacadura Cabral 53B, Lisboa; Telefone: 217 970 760; Das 12h às 15h e das 19h30 às 23h; Ao sábado só abre ao jantar.
Como é que sabemos que estamos à beira do vício? Ou talvez até já estejamos a viver a adição em pleno, mas recusamos assumir tal condição porque não sabemos viver de outra forma? Por vezes é simples. No caso deste vosso mais-que-tudo que vos escreve, há factos indesmentíveis: quando há pouco tempo liguei para a Versailles a perguntar quando começavam a ter doces de Natal.
Se foi pelas rabanadas? Claro que foi. Mas e os sonhos? Aqueles sonhos de abóbora que parecem nenúfares feitos pelos deuses da maravilha caramelizada? Aquelas dentadas na mais abençoada das gorduras? Aquelas bolas que de redondas não têm nada, que tanto queremos devorar como admirar, sem estragar. E se vocês já tivessem provado os sonhos de abóbora da Versailles, estariam na mesma situação de adição, podem crer.
Versailles. Av. da República 15A e Rua da Junqueira 528, Lisboa; Telefone: 213 546 340 e 218 228 090; Das 7h15 às 22h e das 08h às 19h.
Em muitas apresentações online do Solar dos Pachecos esta casa típica, situada na aldeia do Piódão, em plena terra de xisto, vemos frases como “petiscos tradicionais”. Outras usam formulações ainda menos ambiciosas, como “snack bar”. Não vamos aqui julgar e afirmar que são falácias.
Mas vale a pena, certamente, referir que este é o sítio que serve da melhor broa de batata e abóbora que alguma vez vão experimentar. Recusamos o epíteto “a melhor do mundo” porque o mundo é grande e é esta constante ausência de sabedoria total e absoluta que nos move a exercitar o paladar - mas que é boa, isso é!
Solar dos Pachecos. Largo Cónego Manuel Fernandes Nogueira, Piódão; Telefone: 235 731 424; Das 09h às 21h; Fecha à quarta-feira.
Façamos isto de forma gradual. Come-se bem em Portugal. Come-se muito bem no Alentejo. E come-se mesmo bem no Alandroal. Várias provas existem para sustentar esta afirmação, mas uma é caso bastante para regozijo, viagem, troca de elogios e outras loas. Trata-se da Adega dos Ramalhos, tudo típico, do primeiro ao último tijolo.
É um daqueles sítios em que as entradas começam nas fatias de paio e as sobremesas terminam no pão de rala. Pelo meio: sopa de cação, bacalhau, ensopado de borrego, migas com entrecosto. Enfim, uma felicidade que passa pelo cozido de grão na abóbora.
Lembram-se do coelho feito na dita? É mais ou menos a mesma coisa, mas aqui com cozido à portuguesa que tem o grão como base. E isto é tudo ainda mais bonito sabendo que estamos na época da abóbora e que começa agora também a temporada do cozido. Epifanias, meus amigos.
Adega dos Ramalhos. Largo Major Roçadas, 7250-113, Alandroal; Telefone: 268 449 490; Das 12h às 15h e das 19h às 22h; fecha à terça-feira.
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