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Se antes estava relativamente perto (nada que um autocarro ou comboio nocturno não ajudasse a aproximar), agora já tem passaporte nacional. O Fismuler chegou a Lisboa, naquela que é a sua primeira incursão fora de Espanha, e depois de já ter saído da sua Madrid natal, onde tem um Sol Guia Repsol, rumo a Barcelona.
O triângulo fica agora formado com a abertura do mais recente restaurante do chef Nino Redruello, com morada no novíssimo ME Lisbon by Meliá, na junção da Avenida Fontes Pereira de Melo com a António Augusto Aguiar.
Na ementa traz alguns clássicos, como o gigantesco escalope de porco, finamente cortado, panado, e encimado por uma mistura de ovo, trufa e cebolinho. Ideal para dividir, é terminado na mesa e servido com puré de batata ao qual pode acrescentar mais trufa (preferimos não o fazer).
Mas a ideia deste Fismuler lisboeta não é repetir o receituário da casa-mãe: quer, sobretudo, engrandecer o produto nacional, fresco e sazonal, adaptando as receitas ao que existe no nosso mercado.
E a tarefa não é fácil, pois só no historial do Fismuler existem mais de 647 pratos, estando disponíveis diariamente na carta cerca de 25 a 30. “Todos os dias mudam dois a três pratos, sempre com uma cozinha de conforto que respeita o produto”, diz Nuno Diniz, chef residente deste “barco gigante”, e que antes passou pela cozinha do Bairro Alto Hotel.
Ao seu lado, a liderar a equipa de mais de 30 pessoas, está Manuel Villalba, o chef executivo dos La Ancha, família histórica da restauração espanhola, com mais de cem anos no ramo, que conta com o Fismuler e mais doze restaurantes na alçada.
O espaço do restaurante é amplo e com uma grande (e atarefada) cozinha aberta para a sala, decorada com coloridos jarros de fermentados. Com vidros a toda a volta, o Fismuler é luminoso e, embora muito central, está imune ao rebuliço que se vive no exterior, uma das mais movimentadas avenidas da capital.
É antecedido por um bar, o Elia (nome que homenageia a avó de Nino), também ele com pratos de assinatura, ideal para um petisco de final de tarde. Embora num hotel, é um restaurante aberto para a rua onde os passantes podem, além do almoço e jantar, experimentar os pequenos-almoços.
Regressemos ao escalope, famoso além fronteiras, que “dá nome” ao restaurante. Quando os tios de Nino Redruello foram à Áustria, regressaram com a história do melhor schnitzel que alguma vez tinham comido. Curioso, o sobrinho não desistiu enquanto os tios não lhe disseram o nome do restaurante onde tinham provado esse colosso: “fismuler”, responderam, na tentativa de pronunciar “moinho de vento” (windmühle) em alemão. Nino não encontrou nenhum local com esse nome, por isso criou o seu, e da brincadeira surgiu o conhecido restaurante de Madrid que viaja agora até Portugal.
Ao contrário do que se fazia na altura em Espanha, Nino virou-se para a gastronomia nórdica, assente no produto depurado e pouco intervencionado, sobretudo quando comparado com as esferificações e experiências moleculares que saíam, por exemplo, do El Bulli ou do Arzak, locais pelos quais passou.
Abriu então o Fismuler em Madrid, em 2016, com nome de inspiração estrangeira e uma cozinha que, embora bebesse das ideias de René Redzepi, afamado chef do Noma e precursor da nova gastronomia nórdica, pegava no produto espanhol, na sua frescura e sazonalidade. Nino, da quarta geração da família La Ancha (e com a ajuda do irmão Santiago na gestão do negócio), iniciava assim o seu caminho para uma cozinha autoral, despretenciosa e a apelar à partilha.
Consolidada Madrid, seguiu-se Barcelona, em 2018, e, quase dez anos depois de abrir o primeiro restaurante, chega a Lisboa. Embora com base na de Madrid, a carta da capital está “em linha com a portugalidade”, sendo disso exemplo a tortilha de bacalhau ou o lírio com aguadilla e espinafres.
As zamburrinhas, espécie da família das vieiras, a tarte tatin de alho francês ou a bocata de orelha são algumas das entradas e snacks individuais propostos. A corvina com kimchi caseiro, o bacalhau negro com miso e o famoso escalope San Román são alguns dos destaques nos pratos principais, enquanto as sobremesas, embora não apareçam na carta elas existem, são de encher olho e o estômago, com as doses suficientemente generosas para partilhar.
A tarte de três queijos (creme, idiazabal e azul) ou a espuma de coco com gelado de aipo, gengibre, lima e pó de beterraba são dois exemplos a considerar. Nos vinhos, brinda-se com referências portuguesas e espanholas, mantendo a ligação entre os países.
Pratos frescos, pensados ao detalhe, engrandecendo o produto nacional e a conexão ibérica: é esta a proposta que parece simples, sem o ser, do Fismuler em Lisboa.
Fismuler. Avenida Fontes Pereira de Melo, 7F, Lisboa. Segunda a quinta das 12h30-15h00 e 19h00-23h30; sexta e sábado das 13h00-15h00 e 19h00-23h00; domingo das 13h00-15h00 e 19h00-22h30. Telefone: 218 386 096
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