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Este texto sofre do mesmo mal que assalta o incauto visitante do Chefs on Fire: por onde começar? Como é que se liga o motor de arranque num evento que nos dá comida feita no fogo, concertos ao vivo e copos para empurrar? Devo dirigir-me primeiro para algumas destas dimensões com um plano previamente traçado ou devo deixar que as coisas aconteçam?
Senhores, não importa como se começa. Importa, sim, quão dedicados nos entregamos ao caminho — que pode ser longo (assim se espera), mas dificilmente poderia ser mais saboroso.
Entendamos a teoria da questão: o Chefs on Fire é um festival de comida, em que os chefs convidados concebem pratos confeccionados entre chamas, brasas e fumo, para serem servidos de forma volante. Digamos que o festivaleiro se torna um só com o prato, desfilam ambos como um corpo único. Isto até o prato terminar. Depois, há que escolher a bebida certa para empurrar e seguir para o próximo chef. Repetir as vezes que forem necessárias ou possíveis e intercalar (ou fazer tudo ao mesmo tempo) com os concertos.
A ideia é simples, mas foi preciso concretizá-la. Para isso, agradeçam a Gonçalo Castel-Branco, que de uma festa de aniversário em modo "convívio ao ar livre em volta de comida no lume" levou a inspiração para o primeiro destes festivais, acontecido em 2018 e que desde então tem chegado a vários locais e diferentes momento do ano (109 chefs e 14 países, são estes o números acumulados ao longo de sete anos).
E se foi em Cascais que tudo começou, este ano a morada é nova: Parque Marechal Carmona, nos dias 20 e 21 de setembro. Um fim de semana de verão, quando começa o outono, a querer explicar onde é que devemos ter o espírito quando começar o inverno, à espera que volte a primavera para acendermos os madeiros outra vez.
O sistema será o mesmo: chefs distribuídos pelo espaço, vasto e a pedir convívio, descanso, comezainas e um pé de dança. Os critérios, manipuláveis até ao mais ínfimo limite, resultam depois numa oferta difícil de igualar neste campeonato.
A ideia é que tudo isto se transforme numa espécie de jogo particular. Qual o prato que mais gostei? Qual destes criativos foi o que mais conquistou o meu palato. Enfim, uma daquelas partidas em que todos ganham, ninguém perde e no fim a única dúvida que importa é: mas afinal, quando é que isto acontece outra vez?
Antes de colocarmos essa questão, importa lembrar que nesta edição há algumas surpresas. Uma delas tem a ver com a música ao vivo. Em Cascais começa uma nova ideia: a Mesa dos Artistas, com um músico protagonista (nesta primeira vez será Dino D'Santiago) num palco mais próximo dos festivaleiros do paladar, também entre pratos e copos e com outras vozes combinadas.
Estarão instalados palcos dedicados a regiões extra-Portugal: no caso, o Palco Geórgia, o Palco Madrid e o Palco Japão. Acresce ainda o Bites, zona em que 15 restaurantes apresentam o seu prato mais popular (e aqui haverá de tudo, da cozinha mais vanguardista à street food de referência). Dito isto, aqui fica a ajuda que importa. Eis os protagonistas do evento, nos vários dias e nas diferentes áreas:
Dia 20
Palco Geórgia: Guram Baghdoshvili (Karater)
Palco Madrid: Nino Redruello (Fismuller, um Sol no Guia Repsol Espanha)
Palco Japão: Tetsu Yoshida, do restaurante Origin, em Osaka
Dia 21
Palco Geórgia: Davit Narimanishvili (Nunuka e Persimmons)
Palco Madrid: Álvaro Castellanos e Iván Morales (Arzábal, um Sol no Guia Repsol Espanha)
Palco Japão: Kosuke Saito, do restaurante Sushi Kosuke, em Lisboa
Dia 20
Dia 21
Chefs on Fire. Parque Marechal Carmona, 20 e 21 de setembro, das 12h às 00h. Bilhete diário com cinco pratos e duas bebidas: 85€. Com sete pratos e quatro bebidas: 100€. Passe para os dois dias, com 15 pratos e 10 bebidas: 200€. Bilhete diário sem pratos: 50€. Bilhete crianças, dos 6 aos 12 anos: 20€, com comida servida na área infantil.
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